domingo, 19 de março de 2006

Pai

Pai

quando o eco me traz de volta o som amargo dos barcos de outrora, tudo em mim estremece; sinto a dor de outras partidas, a alegria de tantos regressos. Nesse tempo, eu odiava o mar como se odeia o que nunca se amou. Amava-te na ausência, riscava dias em calendários, esperava... E tu vinhas. E trazias um sorriso feito de sal e maresia.
O colo; as brincadeiras; o cavalinho; a bicicleta e os chocolates (está bem, a "bité" e os "co'ates").
A tabuada para a sobremesa.
O silêncio.
A (quase) indiferença a esconder tanta presença.
Hoje estás aqui e vejo-te adormecer com o luar. E é tão bom!

Sem comentários: