terça-feira, 1 de agosto de 2006

POST MORTEM

pela varinha da Fada do Mar há respostas ali em baixo para os mais curiosos sobre a vida no além blogosfera

segunda-feira, 31 de julho de 2006

As fadas também morrem

E esta Fada do Mar morreu.

Um obrigada a todos os que por aqui passaram e comentaram.
Até sempre!

sexta-feira, 21 de julho de 2006

E eu a 300-e-tal-kms!...

Estou a ficar cá com um formigueiro...
Tantos lá pelas docas e eu aqui tão longe!
Olhem que me dá uma coisa e pego na varinha, que é como quem diz meto-me no carro, e lá vou eu! Ai vou, vou!
Não querem vir? Vou sozinha!

quinta-feira, 20 de julho de 2006

A chegada do Orlando

Ei, meninas, mais moças ou menos moças, o Orlando chega hoje!
Que ansiedade!

(momento de pura histeria; isto deve ser da hora)

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Da solidão

A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.
Para Viver um Grande Amor, de Vinicius de Moraes

Mas...
Eu amo e quero amar mais e mais!
Quero dar amor, amizade, socorro... e, sem medos, deixar de estar só. (Nem que tenha de correr com esta estúpida solidão à marrada.)

terça-feira, 18 de julho de 2006

A solidão

Se agora tivesse de escrever algo seria sobre esta merda desta solidão que sinto, no meio das gentes e perdida no vazio deste quarto em que me afundo.
E não é que acabei de rejeitar um convite para voar. E era a voz da águia que eu ouvia... Melhor assim. Estou aparvalhada de todo. Efeito da trovoada, certamente.
E acontece-me ficar assim também a própósito do que vou lendo...
E acontece-me deixar letrinhas por aí...
Magoei-me na minha própria varinha!
Lembrei-me da corda bamba em que danço, dos cadáveres deixados para trás na ânsia do esquecimento, do ficar ou não no mesmo lugar, do que é razoável na mutação do tempo, da procela durante a navegação onde às vezes a esperança também se põe.
Ai!
Vou ver aquela série de que já vos falei, antes que saia mais disparate.

O mar aqui, a terra ali

(ou a terra aqui e o mar ali)

Pharos of Alexandria

Quem me conhece sabe desta minha paixão. Em tempos, percorri a costa portuguesa para apreciar de perto cada uma dessas pequenas maravilhas nacionais (que aquela ali é umas das sete do mundo antigo). Os faróis. Visitei alguns, percebi o funcionamento de poucos, fotografei todos.
Deixei-me envolver de tal forma pela mística do luzeiro que, em noites de trovoada, sonho com barcos à deriva em busca dessa luz que vem de terra e ilumina o mar, imagino um faroleiro e ouço-lhe as histórias aninhada em seu regaço.
Tremo em dias de procela ao sentir a força das ondas e os pedidos de socorro dos naufragos.
É de solidão que eu vivo; é do grito das gaivotas que eu, que também sou um pouco gaivota, me alimento. Eis-me só, rodopiando na claridade.

Hoje, orientada pela amiga T., cheguei a mais um porto de abrigo.
Se aqui se ouve o mar, "ali há terra..."

O espectáculo regressou

infelizmente

sábado, 15 de julho de 2006

O Noddy é gay!

- Ó madinha, o que faz a trovoada?
- Sabes, quando as nuvens ficam muito gordas, muito cheias de gotinhas de água, elas batem umas nas outras e por isso é que tu ouves aquele barulho. Não te assustes, a madrinha está aqui contigo (cheia de medo mas está).
- Olha madinha, estão a tirar togafias!

Esta maré de porquês (juntamente com os relâmpagos) deixa-me aterrorizada!
E se a piquena dispara um
- Ó madinha, o que é gay?


sexta-feira, 14 de julho de 2006

Com a piquena por perto...

...hoje foi dia de Ruca, de Noddy e de Floribella!

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Embrulha

Matafonia, inflexão vocálica, apócope do -m de acusativo, perda da quantidade vocálica, síncope da dental intervocálica, palatalização, sonorização da oclusiva bilabial surda, inversão, betacismo,
fricatização, alternância, analogia,...
Toma!

Afinal...

...não sou assim tão forte!
Custa-me cada vez mais voltar lá.
E estava tão bem na minha praia, hoje...

terça-feira, 11 de julho de 2006

Ao Syd Barrett

que não morreu há dois dias porque, como eu já disse algures, só morrem aqueles que esquecemos, aqueles que nada fizeram para permanecerem na nossa memória.
“Wish you were here”

Olho para a lua, vou dormir. Somos todos um pouco loucos.
Eu gosto da loucura.

Há visitas e visitas

A propósito do que ficou ali em baixo e em jeito de desabafo:
não consigo perceber como pode este meu depósito de instantes causar tanto formigueiro ao Ministério da Saúde.
Não (lhe(s) vejo o interesse mas que as visitas são diárias, lá isso são.

Ena tantos!!!

Não posso deixar que chegue a 4ª feira sem vos dizer, se acreditam nestes medidores de audiências, que há ali um sinalito azul a gritar que aqui o espaço dos instantes está no top 10! Isto é que foi subir… da posição 60 para a 9, tomem lá, embrulhem e ponham o lacinho! E ainda não comecei a falar de sexo (embora ali os números me estejam a provocar e a despertar a libido) pois, quando isso acontecer, passarei o Abrupto, certamente. Ai!
Começo a perceber, 4 meses após ter perdido a virgindade, as andanças e os meandros da blogosfera. Vai uma inexperiente miúda cair a um desses blogues famosos, dá-se o caso de gostar do que por lá encontra, de se perder em leituras e prazeres mais ou menos demorados e lá se condena o intacto corpo.
Aumentaram as visitas - é isto que vos quero dizer.
Prometo que, quando souber blogar como esses vetustos bloggers (ó Malaca, como é que se aportuguesa esta?) que me deliciam, irei ter um blogue a sério, ah pois; por agora, e enquanto a escrita amadurece, será apenas o depósito dos instantes.
De qualquer forma, obrigada a todos os que têm mergulhado no mar desta (vossa) humilde fada.

Não sou galinha...

... mas acabei de comer uma espiga deliciosa!

Da minha praia

Ao meu telemóvel chegaram mensagens de amigos espalhados por esse país acalorado. Queixavam-se das altas temperaturas. Contentem-se com a minha sorte. Duas tentativas para ir à praia. Na matinal, ainda consegui tirar o vestido; na de final de tarde, tremi de frio.
E ainda não foi desta que me banhei no meu mar. Aqui para nós que ninguém nos ouve (sabem, é chato por causa daquela história da bandeira azul e tal, não iria cair bem): acho que o emissário submarino anda a fazer das suas; a água tem um tom amarelado e as ondas trazem, quase aos meus pés, uma espumalha tipo borra* de café pouco própria na preia-mar.
E não me venham com histórias de que é normal porque sou a fada de serviço e deste mar percebo eu! Conheço-lhe as correntes, tenho impregnado em mim o salitre e na boca a maresia de tantos beijos que lhe roubei.
* não é borra, é mais o creme que fica na chávena, bebido o café.

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Qual vaga de calor?!

Eu não sinto nada, juro.
Altas temperaturas; onda de calor; sempre a subir...
Alerta quê?!
(&#"!&»&//:?"$%)
Ah, bom, deve ser por não lhe saber a cor que não lhe sinto o calor; é que eu tenho dias em que sou daltónica. Por exemplo, este fundo que para vocês é rosa (e muito provavelmente vos aborrece imenso), hoje, para mim, é cinzentão.
E se querem saber entre a ria e o mar está um nevoeiro que molha e um frio que me eriça a penugem loira e me deixa mais furiosa do que o habitual.

Já chegou o carteiro!

E trouxe nova carta para a blogosfera! Não percam; é uma delícia! Valeu a pena a espera que, aos poucos, me foi consumindo.
Eis que chegou em pés de gato e alma de humano: o meu sol de hoje. Este sol que bateu e bateu e bateu e me fez ser gente de novo! A voz do silêncio das palavras no meu regaço. É que não há sol aqui nem azul intenso. Chove em mim.
Um beijo para o PJM!

A carta que não chega

Ai quem me dera* mandar no tempo.
Ai quem me dera adiantar o relógio da vida.
Ai quem me dera ser fada para mudar este fado.
Aqui já é 2ª feira, PJM! Mande lá essa carta, não me obrigue a ficar acordada a noite toda para o ler!

*Esse belo poema do Livro de Letras, de Vinicius.

Ai, quem me dera terminasse a espera
Retornasse o canto simples e sem fim
E ouvindo o canto se chorasse tanto
Que do mundo o pranto se estancasse enfim

Ai, quem me dera ver morrer a fera
Ver nascer o anjo, ver brotar a flor.
Ai, quem me dera uma manhã feliz.
Ai, quem me dera uma estação de amor

Ah, se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais

Ai, quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim

Ai, quem me dera ouvir o nunca-mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E, finda a espera, ouvir na Primavera
Alguém chamar por mim

sexta-feira, 7 de julho de 2006

E o que é que eu faço agora?

Estou de férias!
Isto de parecer que não tenho nada para fazer é muito estranho.
Sinto-me desconfortável neste fato.
E o qu' é qu' eu fa ço?
E O QU' É QU' EU FA ÇO?
Este era o disco que tocava nos ouvidos da minha professora primária (sim, professora primária, que eu não sou cá deste tempo de modernices do 1.º CEB. Já agora, primária com todo o peso da etimologia: a primeira!). A dona Inês, como nós, carinhosamente, lhe chamávamos, já sem saber o que me mandar fazer (eu era um bocadinho rápida - bons velhos tempos - afinal acho que há mesmo coisas que se perdem com a idade), desesperava com a minha insistência. Sem fazer nada mais do que dois minutos é que eu não podia estar. Era uma chata!
Estou de férias!
Vou ler todos estes livros que estão em lista de espera: os que já comecei, os que estou quase a terminar, os que sempre quis e os que nunca quis ler, os clássicos, as novidades.
- Ai não vais não!
- Não vou?!
- Não. Olha o que tens ali...
- Ah, é verdade, eu hoje comprei um livro. Até amanhã, até amanhã! Já tenho que fazer!

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Sorrisos que se trocam

É tão bom receber e dar um sorriso quando estamos no IPOFG!
Sorrisos com os lábios, com o brilho de um olhar, com o que se quer dizer mas não se diz, com um receoso até à próxima.
Obrigada a todos os que hoje sorriram para mim.
É incrível como tudo se torna mais fácil depois de um :-)
(Às vezes, também há lágrimas que se trocam mas que vão da mesma forma que vêm.)
Um dia serei capaz de aqui escrever sobre estes dias, sobre este sentimento de impotência que me toma, sobre a falta de coragem que se apodera de mim, sobre o desejo de tudo controlar, sobre o querer saber,... sobre o medo.
Parece que está para chegar uma droga nova; até lá, abençoada consulta de dor.

quarta-feira, 5 de julho de 2006

De futebol falando...

Apetece-me falar sobre futebol... escrever, perdão, da nossa selecção, dos melhores lances do jogo de hoje, dos provocadores e mergulhadores que afinal estavam do outro lado do campo, do diz-que-disse-e-contou-que-foi, dessa coisa do fair play e da falta dele, dos árbitros e da inventada falta de visão destes, dos negócios (sem prisão preventiva) da FIFA, do que se joga fora das quatro linhas, dos grandes e dos pequenos, do patinho feio, do cantar ou não cantar o hino, de um país inteirinho que se esquece das amarguras da vida, de uns deputados que interrompem trabalhos, de um que joga mas que não devia jogar e de outro que fica no banco mesmo no dia de aniversário, de um apelidado frangueiro que afinal virou herói e que abandona a baliza porque acredita (é do Sporting, "mainada"!), do jornalismo que se tem praticado, das perguntas sem sal, dos jogadores que já falam melhor em público, dos seus conhecimentos de história de Portugal, blá, blá, blá...
Mas já não me apetece falar de futebol.
E pensar que eu tinha uma posta para aqui deixar mas que, por causa da máquina que teimou e não aceitou, não chegou a instalar-se. Pensando bem, foi melhor assim; é que as ditas linhas tocavam a música do acreditar.
Era mais ou menos assim:
Eu acredito.
(Eu que já quase não acredito em nada nem em ninguém. )
Força Portugal! Acreditar que os sonhos podem acontecer,
que os pequenos podem ser grandes (nem que seja pelo futebol).
Lutar até ao fim com garra, com força, com energia, com confiança.
Eu acredito.

(Ainda bem que não escrevi nada disto; agora estaria a orar ao santo dos arrependidos.)

Novidades

No prolongamento do post ali de baixo...
"Til I find somebody new"

Era uma vez uma rapariga...
Não tem muito tempo, aconteceu-me tomar um delicioso café da manhã. A convite do E., foi aqui que o tomei.
Depois de devorar aquelas letrinhas mais rapidamente que os cereais, iniciei dura investida na ânsia de chegar a esse tal "especialista coraçãozeiro", a essa oficina onde fosse possível realizar não uma inspecção periódica mas uma revisão anual ao meu coração com direito a desentupimento dos (d)esgo(s)tos, afinamento de peças, polimento de arestas, em suma, limpeza de toda aquela merda que por lá se tem acomodado.
Sem serviço de páginas amarelas, encontrar esse todo poderoso não foi tarefa fácil mas na blogosfera há sempre quem dê um empurrão... e zás, entre uma linha e outra, lá estava eu na marquesa.
A história contada assim pode não ser entendida mas também a quem é que interessará? O que importa nesta desconversa toda é que eu bem que poderia ser a rapariga do entorpecimento.
Tal com anunciei à blogosfera ontem, o sótão está arejado.
Levei o meu coração à oficina; entreguei-o aos cuidados do especialista. Andei sem ele. No seu lugar um vazio que se estendeu por longas ausências, que se fez em mil letrinhas. Está reparado*. Fui buscá-lo ontem e sinto-me outra porque também ele me parece outro (espero que continue forte para aguentar o que para aí vem).
Não vou dizer que está como novo porque isso seria uma hipérbole ou qualquer outra figura de estilo em jeito de se armar em engraçadinha. Impossível; o especialista alertou-me para os danos irreparáveis.
Agora quero experimentá-lo. Quero apaixonar-me. Quero amar, amar...
Calma, nada de emoções muito fortes que o pobre pode não resistir (eu resisto sempre). E por falar nisso vou ver o jogo da nossa selecção. No intervalo, voltarei para retocar o texto que ficou muito deslavado. Ou talvez não. Afinal só eu me irei ler porque hoje o país está parado, porque hoje a blogosfera está parada, porque hoje é dia de mundial!
*gastei o meu subsídio de férias nesta reparação. Espero colher os resultados.

terça-feira, 4 de julho de 2006

No Glory

Acendi todas as velas. O quarto absorvido por essa luz, por esse aroma. Gosto de me sentir assim depois do banho. Escolho uma música; faço-a tocar uma, duas, três vezes… e mais. Sempre o mesmo som. Com a de hoje recordo um filme visto há algum tempo.

Damien Rice
The Blower's Daughter

And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...
And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...
Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?
I can't take my mind off of you
I can't take my mind...
My mind... my mind...
'Til I find somebody new
(sem exagero, ouço esta música ininterruptamente desde que aqui estou)

Gosto dos violinos. É ao som deles que vos anuncio que amanhã vos contarei uma novidade, já com o sótão arejado.
Agora vou ver uma das minhas séries preferidas.

Totobola 1x2

lá lá lá lá lálálá...
Ontem não vim aqui ao espaço dos instantes. Eu até por cá passei mas sem vontade de me ler ou de me escrever. Foi noite, às 23h 55m, de registar aquilo (o totobola ou euromilhões... sei lá que nome lhe dar). Entre tanto código e tiro no escuro chegou-me uma azia tal que quadriplicou o meu já habitual mau feitio.

Ainda recordo a primeira vez (sem candidaturas inteligentes para pessoas pouco inteligentes, que os tempos eram outros) em que preenchi o boletim com cruzes ou códigos ou códigos e cruzes que o efeito para o caso deve ser o mesmo: a sorte grande ou (quase sempre) a aproximação.
Foi na cidade dos doutores, juntinho ao Portugal dos Pequenitos.
Riram-se as funcionárias da secretaria com a minha pergunta.
- Por favor, têm por aí um mapa de Portugal que me possam emprestar?
- Um mapa?! Tem a certeza, dra.?!
- Sim, é só do que preciso neste momento.
- ???
- Por que razão se espantam?! A proximidade do mar não pode condicionar as minhas escolhas?
No mapa, risquei uma linha a verde (de esperança), assim numa espécie de fronteira entre o que fica perto e o que fica longe... do mar.
Pouco tempo mais tarde, percebi que, para quem está no início (eu sei que não posso dizer da carreira), esta história de manifestar as preferências é mais uma treta em todo o processo de colocação de professores.
E é por tudo isto que admiro os meus colegas que, ano após ano, vão conhecendo o país para aquém e para além da linha verde.
Boa sorte para todos!

domingo, 2 de julho de 2006

O que o futebol faz a uma mulher

- Vamos lá então!
- Para acompanhar os ditos quero uma bohemia.
- O quê?! Tu não gostas de cerveja.
- É verdade. Deixa lá, é para combinar com as riscas na cara, com as bandeiras tatuadas no corpo e com o cachecol em Julho... Futebolices.
- Finalmente! Não acredito que vieste comer (…)
- Ah pois! E olha que nem é mau de todo. Desde que não lhes veja os cornos.
- Da próxima vez ordeno que lhes sejam cortadas as hastes na cozinha.
- Excelente ideia!

Alguns (muitos) (…) mais tarde; (des)coberto o prazer ou talvez não.
- Isto é bom! Não foi fácil com o primeiro… esta coisa do paladar e tal. Manias do hábito, o hábito. Até já achei o jeito e nem preciso de o olhar de frente: aproximo o orifício dos lábios, sinto-lhe o sabor, detenho-me uns segundos, imóvel nesse (quase) prazer, e… isso, isso, é assim como se comesse esparguete como não se deve comer esparguete. Repara. Oh, este não quer sair. Está tímido. Envergonhei-o. É um (…) dos difíceis. Anda, não me deixes mal agora, que figura que eu estou a fazer, sai pá, mostra-te ao mundo, quer dizer, às minhas vísceras. Nada.
Voltei à técnica antiga (se é que há técnica naquilo). Estou certa de que foi vingança; não devia ter comido aqueles companheiros das corridas da infância. Alguém canta no sótão essa música de outros tempos.

Entretanto, na mesa ao lado, comiam-se as cascas (qual é mesmo o nome daquilo?) e tudo. Está bem, eu corrijo: comiam-se as casas e tudo. A sério!

Haverá outras formas de comemorar a passagem às meias finais da selecção portuguesa.
- Chega aí o pão para eu limpar o molho. A que é que isto sabe?

quinta-feira, 29 de junho de 2006

As pedrinhas que se atiram

Eu sabia que hoje não era um bom dia para andar por terras de Viriato...
Tudo corrido à pedrada! Mas... eu nem sou inspectora!
Quanto ao ambiente... eu cá separo o lixo.

Noites sem son(h)o

Quando o medo de sonhar se transformava em dor tu vinhas e eu descansava no teu abraço.
"Tens mãos de pétalas"- costumavas dizer.
"Sou rosa" - deixava escapar, com risinho maroto.
E sorrias e deixavas-te envolver pelo perfume doce dos espinhos.
Começavam assim as nossas noites.
Pintava-te e dizia-te de cor. Eras tela e poema.
Mas nunca soubeste poesia e perdi-te entre metáforas e hiperboles.
Não soubeste buscar(-me) a rima e cruzando-me, interpolada, fiquei só em verso solto.
Percebo agora, à distância de tantas aliterações, que foi um mero erro de métrica.

Apetece-me tanto usar as letrinhas! Isto acontece sempre que tenho de escrever relatórios e despachar outras burocracias... e a madrugada avança com vozes de pedra.
Vim assim de fugida... pelo prazer, para o prazer.

terça-feira, 27 de junho de 2006

O vento no meu cantinho

Trouxeram as bandeiras (Bandeira Azul e Bandeira Praia Acessível) mas esqueceram-se de levar a nortada!
Assim não consigo arejar o sótão.

domingo, 25 de junho de 2006

Ausência

Um comunicado que já deveria ter vindo para aqui no dia 21 de Junho para justificar a minha ausência de mim.

Com atraso...
a gerência deste espaço pede para avisar que estará temporariamente (ou definitivamente) ausente por motivos de obras, arrumações e limpezas no sótão.

Um pedido de compreensão a todos aqueles que aqui mergulham.
Obrigada!

terça-feira, 20 de junho de 2006

Obrigada

Obrigada, mãe!
Obrigada, pai!

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Presentes do dia

o de segunda-feira

À segunda é dia de carta e eu hoje tive o privilégio de receber uma
carta privada

Minha querida,
o mais preocupante com a experiência,

com a experiência que se acumula com a passagem dos anos,
é que se torna cada vez mais difícil
ver o mundo com originalidade,
isto é, como na primeira vez.
É este o esforço que devemos a nós mesmos
para que a experiência não se torne a corda
com que nos enforcamos, a corda
com que enforcamos os nossos sonhos
e a capacidade de mudar.
Luto cada vez mais ferozmente,
dia a dia, linha a linha,
para derrotar a experiência,
esse lixo que se deposita em nossos corações
e, se não o limparmos regularmente,
corremos o risco de os deixar inabitáveis.
Um coração inabitável é um coração a menos;
um coração a menos é matemática.
Limpa o teu coração da experiência acumulada,
deixa que ele se torne de novo habitável
e possas então receber alguém com quem abrir
as janelas e sentarem-se juntos os dois
a ver aquele doce barco de que me falas
para lá e para cá, para lá e para cá,
a dançar no salão da ria.
Um beijo que te faça sorrir,
e sem que manche esse mau feitio,
PJM

Quem disse que eu tinha perdido a capacidade de ser surpreendida?!
Há sempre alguém que, não me conhecendo, conhece tanto de mim!
Obrigada, PJM!

sábado, 17 de junho de 2006

Flor o quê?!

Alguém me arranja essa música do tenho tudo e tenho nada para ver se calo a minha pequena (e a madrinha dela também)?
Parece que o CD só estará à venda na segunda... até lá, vai-se cantarolando um "pa cima e pa baxo"... nos intervalos do hino "sôbe a terra e sôbe o mar".
E por falar n' A Portuguesa, parabéns à nossa selecção!

Presentes atrasados

o de 6ª feira

(_________________)*

Corre-te nas veias essa água
Do mar imenso
Banha os socalcos das tuas células
Como os socalcos da Terra
Que nas praias se ajoelha diante dele
Como que conversando com Deus
Ou consigo própria
Assim vais tua diante dele
Caminhando pelos teus pensamentos
Provocando-lhe calafrios
Lá bem nas profundezas do céu onde nasce
E todo ele tremendo
Vem em ondas ajoelhar-se perante ti
Beber força em ti
Oferecer em troca as suas ondas
Orações vibrantes
Que vibram desde lá
Onde o mar beija o horizonte
E acaricia a face do céu
F.F., Junho de 2006

O texto não foi escrito por mim mas para mim. (Mais um presente!)
Sou eu nele e ele sou eu.

*Não gostei do título, F.F.. Vou pensar noutro.
E se eu desse ao poema o nome que é meu?!


o de 5ª feira

"- Sabes... quando se está muito triste, muito triste, é bom ver o pôr do Sol..."
O Principezinho, de Saint-Exupéry (E que presente!)

Há dias em que me sinto com uma energia que se transforma em agitação, num querer fazer tudo e nada fazer. Sensação semelhante à pós-copos-de-vinho-tinto: tremuras nas extremidades e um não conseguir estar quieta. Se me conheço, sei que a melhor forma de ultrapassar a crise é esgotar toda a energia, pôr-me a mexer. Fiquei assim depois do jantar. (Calma, não houve vinho tinto; talvez efeito da ansiedade ou da tristeza.)
Dois quilómetros mais tarde estava junto ao mar e contemplava o pôr do sol. (Um dos mais belos dos últimos 27 anos!)
Tive-a assim só para mim beijada pelo azul da água e pelo cinzento do ar. Umas gotinhas atrevidas soltaram-se e, docemente, acariciaram-me a pele suada pelo esforço da caminhada. Aos poucos foram crescendo.
Absorvida no momento, anestesiada pelo cheiro da areia molhada, deixei-me ficar adormecida naquele instante.

Percebi que vou poder lavar o cabelo nos próximos tempos; as rastas resistiram à chuvada. E eu também.

quarta-feira, 14 de junho de 2006

O presente

Olho pela janela; troveja; não chove, ainda.
Chove em mim. Arrefeceu, apesar da temperatura elevada. O frio da desilusão, da falta de respeito do ser humano, do vale tudo.
É assim o presente.
Há distância de uma chamada, a voz de um amigo (que inveja o mar):
-Não achas que estás a dar demasiado valor a isso?
-Eu sei que estou. Vou ficar bem. Amanhã, ao recordar o momento, irei sorrir.
Prometo.
Neste presente o teu presente (logo a seguir ao do Chico):


O Cofre dos Teus Segredos

Acariciando os meus pés na areia molhada,
os meus olhos caminham pela imensidão do mar,
à procura de águas calmas onde me sentar,
mas todo ele é revolta e saudade,
ciúme e tempestade.
Sentei-me aqui na areia
esperei que ele viesse até mim,
depois de acalmar, o mar.
Em esforço se impelia para mim
rebolando-se sobre si mesmo
mas algo mais forte o violentava
e, constrangido, recuava.
O meu olhar mudo
continuou a chamá-lo,
cerrei os meus olhos
como quem cerra os lábios para beber,
queria tragar toda a sua força,
saciar com ela a minha alma,
onde eu poderia mergulhar
e desvendar, quem sabe decifrar,
todos os segredos que confiaste ao mar.
Foi a promessa que ele te fez
que não o deixava vir até mim,
prometeu-te segredo eterno,
sacrificou a sua calma
para viver as tempestades por ti,
confiou-te a sua alma
para seres maior que ele!
F.F., 2005
Obrigada F.F.!

Há greve colegas! À praia!

Entre uma olhadela, não vá o aluno do fundo copiar, e a leitura de um inédito* acabadinho de chegar, vou pensando... Concluo, então, que estou doente dos olhos.
E em que penso eu? Que é em dias assim que me envergonho de pertencer à classe. Fora eu um futebolista em fim de carreira, um deputado, um músico, um poeta, um marinheiro, um pescador, uma varina... (Masculino ou feminino tanto faz para o caso.) Mas não, logo tinha de ser um destes, apesar de não fazer greve entre feriados.
Não entendem, caros colegas, que assim perdemos a razão e as razões que temos?
Aproveitem e reponham as aulas no Algarve** pois é por lá que param os vossos alunos, arrastados pelos nossos avaliadores (esses tais encarregados de educação). Afinal que mal virá se uma criancinha faltar 3 dias à escola se a sua professora faltou um mês inteirinho?! Os nossos jornalistas sabem inclinar o microfone na direcção certa. É esta a escola que temos e que não queremos. Eu, pelo menos, não quero, obrigada!

*Obrigada PJM. Estou devorando aquelas letrinhas que você me enviou! (PB, né?)
Ontem foi mais um dia especial! Fico feliz quando conheço um escritor a sério... não desses que escrevem mas desses que se escrevem.
Vou à Navio de Espelhos. Até já.

**Castigo divino: vento forte, chuva e trovoada. Tomem!

terça-feira, 13 de junho de 2006

Quase quase

Faltam 7 dias!
Estou para ver se aquele informador dos pedaços de mim passa a página e muda o 7. Esse que teima em dizer que eu sou "gemini" e "horse" como se isso interessasse...
Acho que está na altura de começar a receber os presentes.
Hoje recebo o do Chico que aqui vos deixo:

Maninha
Se lembra da fogueira
Se lembra dos balões
Se lembra dos luares dos sertões
A roupa no varal
Feriado nacional
E as estrelas salpicadas nas canções
Se lembra quando toda modinha
Falava de amor
(...)
Se lembra da jaqueira
A fruta no capim
O sonho que você contou pra mim
(...)
Se lembra do jardim, ó maninha
Coberto de flor
Pois hoje só dá erva daninha
(...)
Se lembra do futuro
Que a gente combinou
Eu era tão crinça e ainda sou
Querendo acreditar
Que o dia vai raiar ...
Chico Buarque, 1977
(quase, quase da minha idade)

Olhó manjerico!

Ou eu me engano muito ou este ano vou ficar sem manjerico...
(Bem, para já fiquei sem luz por causa da trovoada que decidiu fazer-nos uma visita! Abençoado portátil que, no meio desta escuridão que se apoderou do meu quarto, me permite espreitar o mundo e continuar a escrever... Não sei que mundo; não sei que letras.)

segunda-feira, 12 de junho de 2006

O regresso da águia

Parece que não fui a única a adormecer ontem...
Estupidamente ainda há em mim uma saudade; ainda reconheço o teu cheiro na minha pele; ainda sinto um desassossego na alma quando te falo, quando te sinto mais perto e deixo de ser eu a controlar estes dedos que aqui correm céleres.
Tenho tentado, acredita. Fujo de ti porque te sei a fugir de mim. E neste brincar de gato e de rato, neste voo de águia e de gaivota, vejo perder-se algo que não adivinho o que seja.
O que sinto? O que quero? O que penso?
Tu e essa tua insistência nas perguntas difíceis.
Não quero sentir, mas quando sinto quero... e só às vezes penso.
Acho que afinal fugimos ambos do mesmo.
Descobri agora que não perdi a capacidade de chorar.

À bola de novo

Durante o Euro 2004, vi os jogos da nossa selecção em espaços com écrans gigantes, bebidas, muita cor e animação. Festejava golos, abraçava amigos, beijava-te. No meio de multidões, poucas foram as jogadas que consegui acompanhar. Por mais que me esticasse... lá contemplava umas cabecitas que corriam de um lado para o outro, entre um cachecol e braços erguidos para festejar por antecipação um golo que não chegava a ser.
Valia pela companhia, pelos jantares, pela green que se bebia fresquinha.
Valia pelo teu abraço mesmo depois da derrota.

Ontem descobri as vantagens de ficar no sofá. Posso adormecer na segunda parte. E adormeci.
(A)final era só um jogo entre países irmãos.
Aguardem o Portugal-Angola (na final).
Evocar aqui o Euro 2004 não me parece um bom prognóstico.

a voz: - Cala-te! Tu não percebes nada de futebol.
- Sim, mas a Grécia...

domingo, 11 de junho de 2006

Força Portugal!

A camisola está vestida; as cores da bandeira pintadas no rosto; o cachecol esticado aguardando o hino (depressa que já tenho os braços a doer); um nervoso miudinho transformado num sorriso; os sofás ocupados; o comando na mão do pai.


- Liga lá, está quase a começar!
- Queres uma cerveja?
- Não. Quero um gelado.
Um pouco desencantada, também, com os meninos da bola... resta-me torcer. Força Portugal!

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Parabéns!

Algumas pessoas passam nas nossas vidas apenas como leves brisas.
Outras com quem um dia nos cruzámos deixam memórias e saudade. Obrigada. Gosto de ti.
Parabéns!

quarta-feira, 7 de junho de 2006

O desejo sentido

A noite passada acordei com teu cheiro.
Estranho-me assim porque (ainda) te sinto quando não estás.
É o desejo a querer tornar-se brisa na tua ausência.
Demoras muito?

terça-feira, 6 de junho de 2006

Cuidado com a Besta!

O diabo anda à solta! - Dizem por aí.
Atenção à marca da Besta; atenção ao número da Besta.

Apocalipse 13, 16-18
"Fez com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, pusessem um sinal na mão direita ou na fronte para que ninguém pudesse comprar ou vender, se não fosse marcado com o nome da Besta ou com o número do seu nome. É aqui que é preciso sabedoria! Quem for dotado de inteligência calcule o número da Besta, porque é o número de um homem, e o seu número é: seiscentos e sessenta e seis."

Mas o6/o6/o6 não é 666, pois não?
"Hexakosioihexekontahexaphobia" (in WIKIPÉDIA) é o palavrão para o medo do número 666.
Se eu iria ter uma fobia que mal consigo pronunciar...
Ainda assim vou estar atenta e ter muito cuidado com as bestas que por aí vagueiam!

segunda-feira, 5 de junho de 2006

A pastilha da ministra

E já que estou numa de política, ou de politiquices, deixem-me pastilhar, perdão, partilhar convosco este instante.
A Sra. Ministra da Educação foi surpreendida por uma escura manifestação de professores. Perante o luto, faltaram-lhe as palavras, respondeu à pergunta do jornalista com outra pergunta e, nesses "entretantos", quase lhe saltou a pastilha que trazia na boca.
E é esta senhora que fala mastigando letras e pastilhas (elásticas) que temos ao leme da barca da educação. Há quem se admire do iminente naufrágio. Fazer duas coisas ao mesmo tempo? Ou o leme ou a escota, Sra. Ministra.
(...) Falta aqui um pedacinho de texto que ainda está a ser avaliado pelos encarregados de educação, desculpem o incómodo. Ah, e esses, quais exemplos de perfeição, ensinaram aos seus filhotes as regras de etiqueta pelo que as criancinhas não entram numa sala a mastigar pastilhas (sejam elas de que tipo forem). E se entratrem?! Que poderá fazer o professor?!

O título bem que podia ser A pastinha da ministra! Façam lá o jeito e troquem a lateral pela nasal. A Ministra agradece.

O presidente entre a ria e o mar

No meu regresso à penísula encontro os passeios sem ervinhas.
Hoje foi dia de festa. Uma sessão privada da reunião de câmara transferida para este lado do oceano?! Mas que luxo!
Temos bandeira azul! Temos bandeira azul! Ai não sabiam?! Estas visitas, as pinceladas aos arredores da praia, os buracos preenchidos com alcatrão, as daninhas arrancadas à pressa, o projecto "Mar com Letras"... Então?! Que esperavam?!

A bandeira veio, sim, mas o isolamento irá manter-se (o que não é mau) pois parece que o ferry é que já não vem este ano.
31 anos à espera de quê? E agora em 10 meses conseguiram o quê?
Ah bom, desculpem, é que não dei por nada a não ser pela podridão do casco. Quando aquilo começar a navegar... ai!

Prioridades

E se, de repente, mandasse tudo às urtigas só para satisfazer um desejo da mâe?

Fada

do Lat. fata, deusa do Destino
s. f., entidade fantástica dotada de poder sobrenatural; mulher notável pela beleza, encanto, bondade ou graça.
mãos de -: mãos habilidosas, que tudo fazem na perfeição.

(in PRIBERAM)

Fada Alexandrina: soaria bem mas diria muito de mim.
Fada do lar: eu?! Que enfio o cu da agulha pela carne dentro só para coser as alças de um top?! E até o CN cose e coze melhor do que eu.
Fada do mar: está-se mesmo a ver porquê...
Nota linguística
/mar/ e /lar/ constituem um par mínimo;
segmento fonético/ traço mínimo distintivo: consoante nasal bilabial e consoante lateral.

Caro E.,
isso das ninfas e tal é lá para os rios. Isto aqui é uma ria sim senhor! E não há cá "Ávides" qual "Tágides" porque escasseiam os (bons) poetas.

Eu prometo, eu prometo! A próxima mudança ocorrerá no fundo deste fundo rosa.
(aceitam-se sugestões)

domingo, 4 de junho de 2006

sábado, 3 de junho de 2006

Encomenda

Já pedi ao E., ele que tem quase tão mau feitio como eu mas que, ao contrário de mim, sabe usar as letrinhas (e usa-as tão bem!), para escrever um texto para deixar aqui. Um texto que me explique e que se explique a si próprio na minha ausência; um texto que fale de quem aqui fala e que não sou eu mas alguém que nasce de mim em cada vazio de mim. (...)
Quero apenas um texto que possa justificar(-me) a minha vinda aqui.
Para que quero eu um blogue?! E o vício de me ler?!
O E. até já autorizou o roubo de um dos seus posts mas...
...seria apenas mais um. Obrigada!
(Tudo porque o telefone toca por causa dos instantes em que me entrego a este bater de teclas.)

sexta-feira, 2 de junho de 2006

Obrigada RFM!

Eu não fui...
Gostava de ter ido hoje; pelo Santana e pelo Roger Waters; ou talvez não; aquilo é muita gente e muita poeira no ar; estou bem aqui no aconchego do meu quarto.
Obrigada RFM!

quarta-feira, 31 de maio de 2006

Cromoterapia

Ouçam lá, meus cromos, parem com essa de me adivinhar o humor pela cor!
Como se já não fosse suficiente este fundo que vos enche o monitor e vos preenche a alma!
Como é do conhecimento daqueles que me conhecem, o rosa anda sempre comigo; e se não está à vista... aconchega-me o interior. Não, não estou a falar do psicológico ou seja lá o que isso for.
Agora que eu até me achava curada... vêm vocês com a mania da cromoterapia (terapia para cromos; sirvam-se à vontade). Comprei duas camisolas e não têm nem uma pinta de tom rosa!
Já agora, tenham bons sonhos com a Rosa. Ops, perdão, não era o que queria (dizer ou) escrever. Cor-de-rosa, cor-de-rosa.

Para Rir... (piada do min-edu)

Isto só pode ser uma piada daquela gente que está lá no degredo (leia-se DGRHE) sem ocupação.
Desde quando é que, por engano, se publica um despacho no Diário da República?
Então mas há despacho nº 11/662/2006 (2ª série) ou não?! Nasceu e logo morreu?! Ou terá sido um nado morto?!
a voz: - humm, aqui há história... Quem teria ficado do lado de fora (da lista)?
- não inventes. Livrai-nos (a mim e à voz), senhor, dos falsos juízos.

"Não há coincidências"...

...uma treta!

Instantes de uma mensagem enviada em jeito de desabafo.

Acha que isto é que é informação decente??? (Ou quereria dizer docente?)
A mensagem da prevenção rodoviária teve mais piada! Essa sim veio mesmo a calhar, num dia pesado (leia pesado mesmo).
Quanto a esta também a recebi (só é pena trazer erro ortográfico - não, Rosa, é uma gralha).
E depois digam que não há coincidências... (Ah, isso é a pirosa da Margarida que diz!) (Não ligue. Nem sei como é que ainda consigo tentar o humor - não, não é o amor; quanto a esse já nem me esforço. Pobre Rosa!
As coincidências... de hoje a um mês estarei desempregada!
Sabe o que me disse a chefe hoje a propósito da correcção da prova de que lhe falei?
"Rosa, não seja tão exigente! Não queira ser mais papista que o papa."

Conhece o papa? Dê-lhe cumprimentos meus.
Estou um caco. Desculpe.

- Qual é a relação entre belo e embelezar? E entre amante e amar?
a voz: - Claro que é a mesma. Deixa lá isso do particípio presente que não interessa nada.

terça-feira, 30 de maio de 2006

Uma espécie de dor

Resta-me um mês para fazer o que gosto. Resta-me saborear cada instante como o último.
Daqui a 61 dias estarei desempregada. Sairei de cabeça erguida, como diz a mãe.
E conhecedora do final do filme, à faina me entrego com o entusiasmo e dedicação (afecto, cientificidade, blá, blá, blá) das primeiras horas do dia em que aqui cheguei e menina doutora me quiseram.
Sensação de tarefa cumprida. Fui a última a abandonar o barco e só o fiz depois de o saber ancorado.

a voz: - ainda na escola?
- tenho de acabar isto. Não me distraias.
a voz: - fazes na 4ª.
- nem penses! Quero deixar a minha parte corrigida.
a voz: - olha que ninguém te valoriza... Além disso, vais para o olho da rua não tarda.
- merda, tens razão! Mas não me lembres, por favor! Deixa-me viver a ilusão; sinto que assim faço o que deve ser feito.
a voz: - então e a outra vigilante falta assim sem justificação?
- não sabia; não deu pela convocatória.
a voz: - ah, bom! E tu é que vais embora...
- irritas-me com essa mania de me enfiares pelos olhos o que não quero ver.
a voz: - e a outra que tem contrato e nem o mestrado frequenta?!
- na área do meu doutoramento... Não digas mais que me apetece gritar uma asneira.
a voz: - sim, estás f.....
Ou talvez não. Poderá ser "o primeiro dia (do resto) da minha vida"!

segunda-feira, 29 de maio de 2006

As sandálias

Fosse do calor, do branco dos trapinhos ou dos dourados à mistura... a verdade é que hoje me senti assim... perigosa!

Ou seria o efeito das andálias* novas e dos centímetros que com elas cresci?!

*andálias sim, como bem observou o E. (ou terá sido o F.?), porque servem para andar! Tem mais um prémio a reclamar, meu caro! (Este homem é sempre o primeiro.)

Agora?!

Eu ouvi dizer
que você assim
como quem não quer nada
perguntou por mim

Agora
Logo agora
Justo agora
Adriana Calcanhoto
E agora?

domingo, 28 de maio de 2006

A minha praia...

...perdeu o seu cheiro característico. A onda que agora regressa traz recordações de outras viagens. Com a maresia mistura-se uma confusão olfactiva de protectores solares. Foi-se o silêncio. Foram-se as gaivotas.
Olho e vejo que não estou só. Há outras peles igualmente pálidas em meu redor. Voltaram os corpos suados, os namorados de mão na mão, os chapéus coloridos, os gritos das crianças...
Cerca-me esse egoísmo e a saudade de te ter só para mim.

a voz: - não mais de uma hora que hoje é o primeiro dia.
- sim, fico das 16h às 17h. Pode ser?
a voz: - sim. E volta aos treinos. E uma dieta também não seria má ideia.
- queres fazer o favor de te calar!
a voz: - olha que esse biquini está a dizer muita coisa.
- isto não é flacidez.

sábado, 27 de maio de 2006

Foi o ovo, foi o ovo!...

E assim se desvenda o mistério.
Ao que tudo indica terá sido o ovo a nascer primeiro ainda que não tenha saído da galinha.
O quê??? Isto não é fácil! Desculpem, mas devemos pôr em causa a identidade dessa pobre. Já não lhe bastava estar com gripe, vê-se assim atirada para um mar de incógnitas. Quem é que pôs o ovo, então? E não será de questionar também a paternidade?!
Humm, algo me segreda ao ouvido que há aqui vontades alheias.
Toca a sair da capoeira!

Pedaços de mim que vou deixando por aí

A propósito do que li na lente do C.N. (e trouxe para aqui porque isto de ser gaivota é destas paragens).

A noite passada acordei com o teu beijo
descias o Douro e eu fui esperar-te ao Tejo
vinhas numa barca que não vi passar
corri pela margem até à beira do mar
até que te vi num castelo de areia
cantavas “sou gaivota e fui sereia”
ri-me de ti “então porque não voas?”
e então tu olhaste
depois sorriste
abriste a janela e voaste

Sérgio Godinho

O meu lado gaivota deixou-me assim... sem forças, vazia de letrinhas, batem(-me) as asas das tremuras que (me) invadem as penas. Um vento mais forte; um voo mais baixo; beijo essa onda com o meu corpo frágil. Não aguento a procela, inclino a cabeça e deixo-me tombar.
Olha, volto mais tarde para comentar, pode ser?

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Piada (com oferta de emprego)

Não vale rir porque isto não tem graça.
E também não acho piada a essa história do ás do volante e tal.
Mais uma. E lá vão 5 (3 por excesso de velocidade)... e lá vou eu ficar sem carta.
Bastou um só retrato (em ocasião em que eu estava penteada; eu que brincava com esta história do ficar bem na fotografia) para agora virem os flashes aos magotes na minha direcção. Ele é disparo a seguir a disparo!
Parem lá com isso, senhores bófias! Eu ofereço uma foto de corpo inteiro aí para o posto. Depois é só ampliar.
Oferta de emprego:
aceitam-se candidatos para o preenchimento de uma vaga de motorista-mor*.
Os candidatos devem possuir:
- paciência q.b.;
- conhecimentos na óptica do utilizador (não sei de quê);
- conhecimentos de Latim e de Sânscrito;
- disponibilidade imediata;
- carta de condução (facultativo).
Enviar curriculum vitae acompanhado de foto de corpo inteiro para aqui mesmo.
*sem perguntas quanto às funções do mor. Outras informações relativas a outros serviços serão fornecidas em momento oportuno.
É aceitar ou largar.

quarta-feira, 24 de maio de 2006

O que o meu cérebro faz...

...por mim!
Enquanto espero por umas alminhas que não chegam... num intervalo entre o fazer alguma coisa e o não fazer coisa alguma...
Vejo o correio.
Não resisti.
(Português brasileiro, né? Mas dá p'ra entender!)

3M D14 D3 V3R40, 3574V4 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NC45 8R1NC4ND0 N4 4R314. 3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0 UM C4573L0 D3 4R314, C0M 70RR35, P4554R3L45 3 P4554G3NS 1N73RN45. QU4ND0 3575V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4.
4CH31 QU3, D3P015 D3 74N70 35F0RC0 3 CU1D4D0, 45 CR14NC45 C41R14M N0 CH0R0, C0RR3R4M P3L4 PR414, FUG1ND0 D4 4GU4, R1ND0 D3 M405 D4D45 3 C0M3C4R4M 4 C0N57RU1R 0U7R0 C4573L0. C0MPR33ND1 QU3 H4V14 4PR3ND1D0 UM4 GR4ND3 L1C40; G4574M05 MU170 73MP0 D4 N0554 V1D4 C0N57RU1ND0 4LGUM4 C0154 3, M415 C3D0 0U M415 74RD3, UM4 0ND4 P0D3R4 V1R 3 D357RU1R 7UD0 0 QU3 L3V4M05 74N70 73MP0 P4R4 C0N57RU1R. M45 QU4ND0 1550 4C0N73C3R 50M3N73 4QU3L3 QU3 73M 45 M405 D3 4LGU3M P4R4 53GUR4R, 53R4 C4P42 D3 50RR1R! S0 0 QU3 P3RM4N3C3 3 4 4M124D3, 0 4M0R 3 o C4R1NH0.

0 R3570 3 F3170 D3 4R314!

(Enviado pela T.)

terça-feira, 23 de maio de 2006

Diamonds...

...are a girls best friend!

Pequenos luxos
a voz: - 65 euros?!
eu: - Sim, ouviste bem.
a voz: - P'ra arranjar as unhas?!
eu: - Sim. Eu sei que é...

Na cozinha

E se eu viesse aqui para vos dizer que...
...fiz arroz de legumes!!!???
Agora resta saber o que dirá o pai.
Ai!

Por uma questão de civismo

Se eu fosse presunçosa... diria que esta coisa dos blogues* funciona mesmo!
Meia dúzia destes na minha praia; olaré!
Apesar do sinal, dois ou três teimosos insistem em abafar a beleza da minha marginal.
Há sempre aqueles que não sabem ler (letrinhas e imagens)... Mas eu cá estarei para dar uma ajudinha.
Enfim, nuvens num país onde brilha a iliteracia. Ou será mesmo a falta de respeito?

*vaidades à parte, creio que o blogue não teve nada a ver com isto.

sexta-feira, 19 de maio de 2006

Hora de almoço

Se estou aqui é porque não estou ali. E não é que neste instante estou aqui e ali?
Que sensação estranha esta que me cerca no intervalo (da vida). Foi-me apetecer escrever agora... E não sei sobre o quê. Isto de ter um tema sem tema... Muito bem, sra. professora, veja a incongruência do texto livre! O livre que não se livra do peso do nada que assim pintado até parece estratégia viável mas que só serve para entreter (o professor, que o aluno, esse pobre, (se) aprisiona diante da folha em branco qual náufrago arrastado por veloz onda até costa incerta.)
Poderia falar, perdão escrever (então mas isto do escrever não é falar ou conversar ou deixar vir aqui as letrinhas?), sobre a greve da função pública, sobre o encerramento da Semana Cultural, sobre os nascimentos em Espanha, sobre o filme que ainda não vi, sobre a tal prelatura pessoal, ou sobre a selecção nacional...
E se falasse sobre os benefícios de uma alimentação saudável, o perigo do tabaco e do consumo excessivo de café? Ai!
E não é que deixei fugir a hora de almoço.
Prometo voltar ao lanche. Falarei, então, sobre o tempo. Grande tema, esse! Não, não serve apenas para aqueles momentos... como este.
O sol brilha. A temperatura sobe e não se prevê chuva.

quinta-feira, 18 de maio de 2006

A mana

Num colo frágil:
- Olhem, é uma menina! Fui eu que a pedi. E abriu os olhos para mim! Não foi nada a cegonha... foi aquela história da sementinha que a mãe contou.
Alguns anos (coisa pouca) mais tarde...
- Só vou aí jantar se houver bolo!
Parabéns, miúda!

A menina canta?

Não, eu não sei cantar! O ensaio correu mal.
O desejo invade-me; cá está ele de novo. Entre sorrisos e dúvidas que pairam envoltas em medos; agarras-me e eu fujo. É sempre assim. Mania de ser gaivota. E as palavras voam sem aviso; explicações sem explicação; o querer dizer quando já (ou ainda) nada há para ser dito; está a chover.
Goodbye, Rose.

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Happy Feet

Na véspera da estreia desse filme tão aguardado, olhem o que eu encontrei:

http://www2.warnerbros.com/happyfeet/videoplay.html?id=Trailer2&type=windows&speed=300000
(Cliquem que vale a pena. O que eu já me ri aqui com o piqueno Mumble. E que bem que ele canta! Um amor! Só precisa de uns ensaios do R.P.. Assim como eu!)

Que chatice ter de esperar até Novemberrrrrrrrrr...

Loirices

Ainda sob o efeito de uma loirice!...
Dúvidas têm surgido a propósito da caixinha ali ao lado.
A pedido de vários curiosos cá vai (e cá fica), então, a definição.

Loirices: s. f. Acto praticado por mulher loira (não há homens loiros, alguns têm o cabelo claro). Geralmente atribui-se uma conotação menos positiva aos referidos actos, não se percebendo muito bem porquê. Certos dicionários indicam como sinónimo (imagine-se!) burrice. O grande artista brasileiro Gabriel, o Pensador, celebrizou-se com uma canção que é hoje assumida pelas mulheres como hino à inteligência (do Gabriel, claro!): "Loira burra".

Note-se que este instante brilhante (ai que aliteração estonteante) não é meu. É do... ops, ai o que eu fiz. Eu bem lhe disse que isto vinha para aqui. E não é que veio mesmo! E agora não sei (ou não quero) fazer "delete". Limitações de loira.
A vingança da dita, parte II.

O meu contributo (ou a humilde sugestão da humilde aprendente): acrescente à sua definição os usos excepcionais da palavra. Afinal há loiras e louras! E há louras com singularidades.

Quase quase a regressar

Sete 7 Sete
Parece-me um belo número... de perfeições ou imperfeições.
(Ena! Não publicava há 7 dias!)
Quase quase a terminar esta fase de pós-orgasmo...
quase quase a regressar a estes instantes.
Sem perguntas. Sem justificações para ausências. Sem explicações para escritas noutros espaços e vazios cheios de nadas no meu.
Saibam apenas que foi bom (o orgasmo).

Eu sei; mas desisti; não consigo alterar as cores a esta porcaria de fundo; fica como está; pelo menos por enquanto; ignorem. Mudei a camisa, sim, mas que culpa tenho eu se no meu armário só existem peças rosa.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Encontro

"Encontraram-se.
E o amor dos dois também se encontrou.
(...)
O amor desfrutou do corpo dele e de todo o seu ser...
O amor desfrutou do corpo dela e de todo o seu ser...
Foi tudo tão novo!
Tão inesperado!"

Do livro Fala-me de Amor, de Graça Gonçalves

terça-feira, 9 de maio de 2006

Essa história da paixão e tal...

Não vou sem antes vos dizer que, tal como a amiga das impressões, estou apaixonada (não pela primeira vez, que nisto das paixões e tal o meu lado gaivota é persistente: amo aqui e acolá e por tudo me apaixono facilmente).
E não é que estamos apaixonadas pelo mesmo... Ai!

Os meus peixes também estão... eu diria... apeixonados!
É lindo!

Batendo as asas

Um pouco como quando decidi aqui chegar, apetece-me agora deixar de aqui vir... (estou cansada deste fundo rosa).
A onda que me trouxe me devolve à imensidão. E parto nesta ausência que me consome e me devora lentamente.
O meu estatuto de miúda-gaivota apela a que vá para outras paragens. E eu vou. Bato as asas na ânsia de soltar as amarras que me prendem a esta nau (de casco colorido, em demasia; sinto-o).

domingo, 7 de maio de 2006

Mãe

"Mãe, o meu dia chegou ao fim
sinto uma paz dentro de mim
e estou feliz no meu cansaço!"

Eu prometo escrever umas letrinhas...
Perdoa, Mãe. Estou exausta. E é tão bom ficar só no teu regaço, ter-te aqui e olhar-te enquanto sorris.
Obrigada.

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Data única

Fiquei acordada até esta hora porque, segundo dizem por aí, a data é única. Reparem:
hoje é dia 4 de Maio de 2006 e passam 2 minutos e 3 segundos da 1h, ou seja, 01:02:03 04/05/06
Isto nunca mais vai acontecer.

Insignificâncias. Vou é dormir; para mim cada momento é único. E aqui deixo um;
um instante de egoísmo em que tive a minha praia só para mim.


Cada vez gosto mais dela assim: livre das pegadas de feriados.

A fotografia não tem a qualidade das imagens do image(m)nário.
Foi apenas a que captei com um sentir e com um telemóvel.

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Fitinhas

Os meus meninos são quase doutores!
Estou cansada de assinar fitinhas e já não consigo fugir à lamechice que tanto me incomoda e aborrece.

"Quando me aproximei, as saudades também se aproximaram. (...)
- Não estejas assim. Eu vou contigo, eu estou contigo, de outra maneira. Está dentro de ti tudo o que partilhámos. É assim a amizade."
Graça Gonçalves

E agora vou escrever a da mana. Ó musas, estai comigo neste momento! Trazei até mim "um som alto e sublimado, Um estilo grandíloco e corrente"... que me falta a voz e se me enleiam os dedos.

terça-feira, 2 de maio de 2006

Coragem precisa-se

Talvez ontem me sentisse mais gaivota por ter abraçado o mar.
Quem disse que a minha praia fica longe de tudo?
Dez minutos a saltar ondas e estávamos na Vagueira.
O H.A. é um pouco louco! Não admira o medo da L.
Obrigada pelo maravilhoso passeio.
Adorei*! A minha ria é mesmo um encanto! O mar é... imenso!
(E eu que pensava que seria uma voltinha na baía.)

*até o banho e o frio e o susto e o bronzeado... à camionista.
E não, não tive dores no corpo.

Atenção que aqueles ali ao lado não somos nós não (eu não estou assim tão gorda e o H.A. não é preto).
Como não tenho foto para a posteridade... fica esta para a publicidade (à mota).


Um aviso: cuidado com a ponte!
Aquilo visto de baixo assusta! Tapem a fenda.
Não sei se volto ao farol, apesar da paixão.

Nadas que enchem vazios

Lembranças de uma conversa de instantes.

Sinto-me vazia; cheia destes nadas que me perseguem.
A minha vontade não tem rosto, nem olhos, nem gestos;
de nada vale;
tem o valor de um fantasma perdido no vazio dos nadas.
Sem amarras que me prendam. Com ou sem armadura.
Só porque hoje me sinto ainda mais gaivota.
Só porque hoje me sinto ainda mais como as ondas do mar.

Mas isso foi ontem (ou já seria hoje?).
Falava com o F. (ou falava comigo?)
É a minha voz; sou eu.
Há dúvidas que deverão permanecer dúvidas
(mas gostava que o F. completasse estes retalhos, que fizesse o laçarote).

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Dia do quê???

Contrariando esta história de feriados e festividades, não trabalhei. Sim, porque sendo o dia do trabalhador ele deveria ser gozado a trabalhar.
E não é que se foi o meu sossego! De onde veio esta gente? Meia hora para comprar pão?
E logo ao pequeno-almoço a minha deliciosa paisagem se transforma em.... autocaravanas* mais autocaravanas.
Será que não há parques de estacionamento para estas coisas? E por acaso sou eu obrigada a contemplar os dejectos nocturnos de certas criaturas?
Por favor, faça-se algo. A minha ria não merece isto.

domingo, 30 de abril de 2006

Não sou um carro desportivo...

...mas se fosse...

A propósito de um teste que o CN tem no "bloguedele"
(adaptado de um comentário que lá deixei)
Olhem o que me saiu na rifa*:

I'm a Porsche 911!

You have a classic style, but you're up-to-date with the latest technology. You're ambitious, competitive, and you love to win. Performance, precision, and prestige - you're one of the elite, and you know it.

Take the Which Sports Car Are You? quiz.


*atenção: eu fiz o teste mas eu não sei inglês. Eu é mais português!
(Prometo que um dia o farei com o dicionário ao lado, para não viciar os dados.)

Isto está tudo mal... Até porque o CN, que eu sei bem, é mais SLK. E eu... SUV SUV SUV (ando é indecisa quanto à marca).

sábado, 29 de abril de 2006

E hoje sabe-me a boca a sal

Isto da chegada do calor tem o seu encanto mas tem igualmente os seus pingos de suor. Libertei-me das meias e descobri os ombros (consegui).
Foi bom sentir de novo, depois de tantos meses, a areia sob os pés pálidos de tantos dias de sombra. E não resisti: os sapatos atrasaram-se na corrida, ficando para trás; primeiro um dedo, depois mais um (ou será que foram todos ao mesmo tempo?!), o tornozelo... ops, essa onda, malandra, molhou-me os joelhos.
E ali fiquei com o frio deste Verão. Ai não é Verão?! Julguei que...
Não faz mal amanhã volto lá volto

quinta-feira, 27 de abril de 2006

quarta-feira, 26 de abril de 2006

No rescaldo de Abril

Diga lá, senhor presidente, que mal tinha uma flor na lapela? Não era uma rosa!
Isto das festividades tem o seu encanto: há jardins e palhaços e balões e aquele alguém que não foi convidado!

Mas abrir um noticiário com a informação de que hoje se comemora Tchernobil* fica sempre bem.
Evocamos uma catástrofe nuclear qual fogo de artifício!
Vítimas?!
Seremos nós... deste jornalismo que tudo festeja.

*eu ouvi isto na rádio naquele instante em que saltava da cama.

(Fui interrompida por alguém que está interrompido e com estas interrupções foram-se os instantes que queria trazer para aqui. Ou não queria; faz parte da estratégia da interrupção).

27 graus em Viseu.
Veio para cá esta brasa
e foi no que deu!

terça-feira, 25 de abril de 2006

O blogue do CN

O CN tem um blogue e eu fui a primeirinha a descobri-lo... quer dizer, a comentá-lo!
O rapaz tem muito talento! Aqui fica o desabafo em jeito de elogio. (Ou será o elogio em jeito de desabafo?)
Ah, e são dois... que ele não fazia a coisa por menos.
Ficou a blogosfera (que é assim uma espécie de esfera quadrada) mais rica!

aicomistovai...

No que isto se está a tornar...
A voz: já chega de letrinhas azuis, Rosa. Então agora só nos trazes aqui as vozes dos outros?!
Eu sei, mas eles dizem tão bem... E neste instante eu sou eles.
Sinto-me: pequenita e... envergonhada.

Manhã de Abril

Olhem, há cravos nas ruas
e há gritos que se soltam...

As brumas do futuro
Sim, foi assim que a minha mão
Surgiu de entre o silêncio obscuro
E, com cuidado, guardou lugar
À flor da Primavera e a tudo
Manhã de Abril
E um gesto puro
Coincidiu com a multidão
Que tudo esperava e descobriu
Que a razão de um povo inteiro
Leva tempo a construir
Ficámos nós

Só a pensar
Se o gesto fora bem seguro
Ficámos nós

A hesitar
Por entre as brumas do futuro
A outra acção prudente
Que termo dava
À solidão da gente
Que deseperava
Na calada e fria noite
De uma terra inconsolável
Adormeci
Com a sensação
Que tinhamos mudado o mundo
Na madrugada
A multidão
Gritava os sonhos mais profundos
Mas além disso
Um outro breve início
Deixou palavras de ordem
Nos muros da cidade
Quebrando as leis do medo
Foi mostrando os caminhos
E a cada um a voz
Que a voz de cada era
A sua voz
A sua voz

(Pedro Ayres Magalhães;
interpretado por Madredeus)

Este ano não me apetece ouvir o Zeca.

E a liberdade?
Valeu a pena, pois!
Mas eu não estava. Tudo se passou na minha ausência.
Então e agora? Estou e não estou.

segunda-feira, 24 de abril de 2006

"Sou como as ondas do mar"

Nestes instantes em que me sinto eu, não sei dizer de mim; outros já o fizeram. E tão bem!

Segredos
Meu amor, porque me prendes?
Meu amor, tu não entendes?
Eu nasci p'ra ser Gaivota.
Meu amor, não deseperes
Meu amor, quando me queres
fico sem rumo e sem rota.

Meu amor eu tenho medo
de te contar um segredo
que trago dentro de mim
sou como as ondas do mar
ninguém as sabe agarrar.
Meu amor, eu sou assim.

Fui amada, fui negada
fugi e fui encontrada
sou um grito de revolta.
Mesmo assim, porque me prendes?
meu amor tu não entendes
Eu nasci p'ra ser Gaivota.
(Interpretado por Kátia Guerreiro)

Hoje eleva-se a gaivota que em mim existe...
No fumo da noite, o mar traz segredos que me conta.
Aqui eu já sou ele, e as ondas envolvem-me no abraço que não tive.
Há silêncio neste marulhar.

Estranhos instantes...

...estes que em que sinto saudade de alguém que mandei embora.
Sinto e tudo paraliza em mim como quando estavas e eu não queria que estivesses. É a ordem inversa. É um querer que já não quero.

(...)
Tomara
Que a tristeza (me) convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
(...)
Vinicius, Livro de Letras (com uma necessária mas ligeira adaptação)

Ondes estás?

As obras da Mãe

Para além da obra preciosa*, que alguns de vocês conhecem, a Mãe vai criando outras...

*Atenção que a preciosidade, peça rara (eu), foi fabricada pela Mãe, sim, mas com a ajuda do Pai! Com o passar do tempo, a dita tem vindo a sofrer um processo de aperfeiçoamento.
Modelo exclusivo.

domingo, 23 de abril de 2006

Beira-Mar


Beira-Mar
Beira-Mar


Parabéns ao S.C. Beira-Mar!
Novamente na primeira e em primeiro!

E lá regressa o SCP à minha cidade... e lá vou eu ao estádio!
Biba! Eu sou de Abeiro e com muito orgulho!

Hoje é dia do livro!

Não me apetece escrever sobre livros
Apetece-me ler
Apetece-me afundar neste mar de sentir E vou e parto E a cada partida sei que regresso
Vivo vidas de outros sofro dores que não são minhas amo quem não devia e posso E amam-me Faço amor com este e com aquele Já não sou eu já não é ela
É sempre assim quando abro um livro... (Interrompo este instante porque um pulou da estante para o meu regaço Pede-me colo pede-me que o acaricie É urgente Tenho de ir E vou e Parto
Pode ser que volte.)

sábado, 22 de abril de 2006

E por falar em quatro mãos...

... lembrei-me de um duche vichy a quatro mãos. Fantástico!
Ai quem me dera repetir agorinha mesmo!

Ai, quem me dera terminasse a espera
Retornasse o canto simples e sem fim
(...)
E, finda a espera, ouvir na Primavera
Alguém chamar por mim
Vinicius

- Desculpe, o que vai tomar hoje?
- Era um SPA, por favor. Ah, e o Livro de Letras, de Vinicius de Moraes. Obrigada.

A quatro mãos

Na tentativa de achar laços de parentesco ou de afinidade ou seja lá do que for... (in MSN Messenger)

Rosa diz:
se não fosse meu primo*... não me escapava
E. diz:
quanto mais primo mais se lhe arrima
Rosa diz:
não, que este é direito
e não rimou
a prima é que arrima
E. diz:
deveria ter sido com prima
Rosa diz:
isso
E. diz:
pois, é na prima que se arrima
Rosa diz:
(lá está o homem a repetir-me)
não, pelo menos nesta prima
nesta prima não se arrima nada
nada se arrima na prima
E. diz:
mas rima-se ao menos
Rosa diz:
rima-se
E. diz:
rima-se a prima a quem não se arrima
Rosa diz:
porque se a prima arrimasse...
E. diz:
ui
Rosa diz:
já não havia rima.
E. diz:
assim não rima
E. diz:
vamos lá compor isso bem
Rosa diz:
diga, diga
E. diz:
rima-se a prima a quem não se arrima
porque se a prima arrimasse
já não havia rima que a parasse
(assim é que fica bem)
Rosa diz:
fica muito bem
E. diz:
também acho
e tem o seu quê de misterioso
e foi feito a quatro mãos
Rosa diz:
e vai direitinho para o meu blogue porque o seu está interrompido
e com esta me despeço
E. diz:
olhe que fica lá muito bem

(*O primo é um rico primo mas não é para aqui chamado.)

sexta-feira, 21 de abril de 2006

Hoje salvei uma vida!

Não me perguntem como.
Não me perguntem o que fiz.
Gritei, apenas.

quarta-feira, 19 de abril de 2006

É tudo meu!

Adoro a sinceridade, mesmo quando magoa, quando crava em mim a dor da incerteza.
Lamentam-se alguns dos que por aqui passam (mas fazem-no quase sempre na sombra) do escasso interesse das minhas letrinhas; da estranheza de não encontrarem no blogue informações sobre a minha vida.
O que queriam afinal? (Já falei disto uma vez.)
Não esperem aqui mais do que leves e subtis instantes (já vos disse).
Quem quiser saber da Rosa saberá encontrar formas de chegar a mim (a ela, quero dizer). Isto não é para isso.
Aquela que aqui se mostra não sou eu completa.
Estes instantes são pedaços de mim que se soltam porque eu deixo.
Estes instantes são pedaços de outros "eus", criações em verso solto de outras vidas, numa espécie de heteronímia desejada.
Os outros instantes... esses ficam presos na amargura que me consome.
(adaptação de uma mensagem enviada ao A.M. O título é quase todo do A.M.)

terça-feira, 18 de abril de 2006

Descongelada

Derreti-me com o regresso de Manny, Sid e Diego. Três amigos muito diferentes que se complementam, uma preguiça capaz de fazer qualquer um perder a paciência, um tigre que supera um medo, um mamute que se apaixona (não, os mamutes não estão extintos), outro que, com uma crise de identidade, se julga um gambá... e o inesquecível Scrat procurando um refúgio para a sua bolota: eis alguns dos ingredientes para o sucesso.


Acho que também estou a descongelar!
(Poderá ser bom?!)
O que eu faria por uma bolota deliciosa!...

Não houve bolota... vieram as pipocas e a companhia de dois dos meus amores! Fomos ao cinema.

segunda-feira, 17 de abril de 2006

Quando elas se juntam...

Vou jantar com duas malucas.
Até já!

Velocidade/morte

Não sei o que faço acordada a esta hora. O relógio vai despertar daqui a 4 horas.
Não consigo esquecer tantos acidentes... os que vi, os que ouvi relatar, os outros.
O Francisco Adam morreu.
E pensar que os nossos jornalistas iniciaram telejornais anunciando a ausência de mortes nas primeiras 24 horas de mais uma operação Páscoa! Fantástico! Desde quando isto é notícia com honras de abertura de noticiário? Haja respeito por aqueles que vão e pelos que por cá vão ficando!
Quanto a mim... não me consigo libertar da velocidade, essa companheira de desgraças, como apregoam por aí. E talvez seja por isso que não consigo adormecer.

Tarefa terminada...

...porque hoje é dia 17!
Para calar esta voz que me persegue, sim, essa, a da minha consciência, lá lacrei aquela coisa (?)

Verbo Lacrar (N.M.)
Eu lacro
tu lacras
eles lacram...
Ora, com tanta gente a lacrar o que há-de esperar esta menina do lado de cá da ria?
Em vão...
Não é agoiro, não!
O F. disse-me hoje:
- Loirinha, tu és pessimista! Eu acho que tu tens uma estrelinha da sorte...
Talvez o rapaz tenha razão. Ou talvez não.
Se eu fosse pessimista... nem tentava.
Quanto à sorte... isto não vai lá com estrelinha! Teria de ser uma constelação! E das grandes! Qual é a maior?
Já lá vai o tempo (eu fui escuteira, ah, fui!) em que lia olhando o céu e me orientava fazendo cálculos que hoje me parecem bem mais complicados que projectos de doutoramento.
(Tantas vezes me perdi...)

domingo, 16 de abril de 2006

E mais momentos...

...de felicidade!

A semana tem sido santa numa semana que já é Santa!
E os instantes têm sido de felicidade.

- Mas nós íamos ao cinema...
Mais uma volta, "madinha"! Gomas!!! "Godão" doce! "Faturas"!
A boneca chama-se "madinha"! (na Feira de Março)
- Vamos à "paia", "madinha"! Vamos andar de "ciéta"? "Bi-ci-éta".
Ficaste tão feia na "togafia", "madinha"! (em casa da tia A. do lolé)
- Ó filhinha...
- Um ovo mole raspadinho...
- Vou pá Gafanha da "zaré"!

É tão bom ser "miminha", "maínha", "madinha"... o que virá a seguir?

Boa Páscoa!
Aqui há tradições que se repetem... há o folar quente e aquele instante inesquecível; há amêndoas que se trocam por beijos; há afilhadas, madrinhas e padrinhos; há sinos que tocam; há risos... que o dia é de festa!

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Momentos de felicidade

Quantas vezes à pergunta
- és feliz?
eu respondi
- estou feliz!
SER e ESTAR são verbos com diferentes traços semânticos, eu sei.
- Então mas afinal és feliz ou não?
- Estou feliz, já disse!
Se fosse feliz não andaria nesta busca... O trilho não teria qualquer sentido.
Procuro mais e mais* e nesse deambular vou estando feliz (dá jeito aqui o português brasileiro, né?).
E a felicidade é isto: um momento, vários momentos, muitos e repetidos momentos (que é o que desejamos).
E não é que fui encontrar nas palavrinhas do João esta história dos momentos de felicidade...
"A verdade é que, provavelmente, não existe a felicidade, mas talvez apenas momentos de felicidade..." ( in Sobre a mão e outros ensaios, de João Lobo Antunes, p. 120.)

*Eu sou exigente... Está bem, insatisfeita me confesso.
Eu estou feliz!

Algumas palavrinhas do Vinicius a propósito d' A felicidade

Tristeza não tem fim
Felicidade, sim...

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

(...)

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

Tristeza não tem fim
Felicidade, sim...
(in Livro de Letras, de Vinicius de Moraes; música de Antônio Carlos Jobim)

Há dias em que o sol brilha!

E para os mais invejosos... o sol brilha mais aqui entre a ria e o mar!
Uma refeição matinal na esplanada!... A ria mesmo ali, decorada com barcos de tantas cores! Os pregões que aqui ainda se ouvem.
Há peixe fresco e gaivotas.
A vida é, na verdade, bela!
A companhia? As letrinhas do João (Lobo Antunes)!
E lá vem ela, a chata da voz: vai trabalhar! Deixa essas letrinhas e pensa nas outras; o dia 17 está quase ai! Como é que o A. ainda tem paciência para te aturar? Nem sabe no que se meteu.
E lá vou eu... que a voz da voz é uma ordem!