segunda-feira, 31 de julho de 2006

As fadas também morrem

E esta Fada do Mar morreu.

Um obrigada a todos os que por aqui passaram e comentaram.
Até sempre!

sexta-feira, 21 de julho de 2006

E eu a 300-e-tal-kms!...

Estou a ficar cá com um formigueiro...
Tantos lá pelas docas e eu aqui tão longe!
Olhem que me dá uma coisa e pego na varinha, que é como quem diz meto-me no carro, e lá vou eu! Ai vou, vou!
Não querem vir? Vou sozinha!

quinta-feira, 20 de julho de 2006

A chegada do Orlando

Ei, meninas, mais moças ou menos moças, o Orlando chega hoje!
Que ansiedade!

(momento de pura histeria; isto deve ser da hora)

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Da solidão

A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.
Para Viver um Grande Amor, de Vinicius de Moraes

Mas...
Eu amo e quero amar mais e mais!
Quero dar amor, amizade, socorro... e, sem medos, deixar de estar só. (Nem que tenha de correr com esta estúpida solidão à marrada.)

terça-feira, 18 de julho de 2006

A solidão

Se agora tivesse de escrever algo seria sobre esta merda desta solidão que sinto, no meio das gentes e perdida no vazio deste quarto em que me afundo.
E não é que acabei de rejeitar um convite para voar. E era a voz da águia que eu ouvia... Melhor assim. Estou aparvalhada de todo. Efeito da trovoada, certamente.
E acontece-me ficar assim também a própósito do que vou lendo...
E acontece-me deixar letrinhas por aí...
Magoei-me na minha própria varinha!
Lembrei-me da corda bamba em que danço, dos cadáveres deixados para trás na ânsia do esquecimento, do ficar ou não no mesmo lugar, do que é razoável na mutação do tempo, da procela durante a navegação onde às vezes a esperança também se põe.
Ai!
Vou ver aquela série de que já vos falei, antes que saia mais disparate.

O mar aqui, a terra ali

(ou a terra aqui e o mar ali)

Pharos of Alexandria

Quem me conhece sabe desta minha paixão. Em tempos, percorri a costa portuguesa para apreciar de perto cada uma dessas pequenas maravilhas nacionais (que aquela ali é umas das sete do mundo antigo). Os faróis. Visitei alguns, percebi o funcionamento de poucos, fotografei todos.
Deixei-me envolver de tal forma pela mística do luzeiro que, em noites de trovoada, sonho com barcos à deriva em busca dessa luz que vem de terra e ilumina o mar, imagino um faroleiro e ouço-lhe as histórias aninhada em seu regaço.
Tremo em dias de procela ao sentir a força das ondas e os pedidos de socorro dos naufragos.
É de solidão que eu vivo; é do grito das gaivotas que eu, que também sou um pouco gaivota, me alimento. Eis-me só, rodopiando na claridade.

Hoje, orientada pela amiga T., cheguei a mais um porto de abrigo.
Se aqui se ouve o mar, "ali há terra..."

O espectáculo regressou

infelizmente

sábado, 15 de julho de 2006

O Noddy é gay!

- Ó madinha, o que faz a trovoada?
- Sabes, quando as nuvens ficam muito gordas, muito cheias de gotinhas de água, elas batem umas nas outras e por isso é que tu ouves aquele barulho. Não te assustes, a madrinha está aqui contigo (cheia de medo mas está).
- Olha madinha, estão a tirar togafias!

Esta maré de porquês (juntamente com os relâmpagos) deixa-me aterrorizada!
E se a piquena dispara um
- Ó madinha, o que é gay?


sexta-feira, 14 de julho de 2006

Com a piquena por perto...

...hoje foi dia de Ruca, de Noddy e de Floribella!

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Embrulha

Matafonia, inflexão vocálica, apócope do -m de acusativo, perda da quantidade vocálica, síncope da dental intervocálica, palatalização, sonorização da oclusiva bilabial surda, inversão, betacismo,
fricatização, alternância, analogia,...
Toma!

Afinal...

...não sou assim tão forte!
Custa-me cada vez mais voltar lá.
E estava tão bem na minha praia, hoje...

terça-feira, 11 de julho de 2006

Ao Syd Barrett

que não morreu há dois dias porque, como eu já disse algures, só morrem aqueles que esquecemos, aqueles que nada fizeram para permanecerem na nossa memória.
“Wish you were here”

Olho para a lua, vou dormir. Somos todos um pouco loucos.
Eu gosto da loucura.

Há visitas e visitas

A propósito do que ficou ali em baixo e em jeito de desabafo:
não consigo perceber como pode este meu depósito de instantes causar tanto formigueiro ao Ministério da Saúde.
Não (lhe(s) vejo o interesse mas que as visitas são diárias, lá isso são.

Ena tantos!!!

Não posso deixar que chegue a 4ª feira sem vos dizer, se acreditam nestes medidores de audiências, que há ali um sinalito azul a gritar que aqui o espaço dos instantes está no top 10! Isto é que foi subir… da posição 60 para a 9, tomem lá, embrulhem e ponham o lacinho! E ainda não comecei a falar de sexo (embora ali os números me estejam a provocar e a despertar a libido) pois, quando isso acontecer, passarei o Abrupto, certamente. Ai!
Começo a perceber, 4 meses após ter perdido a virgindade, as andanças e os meandros da blogosfera. Vai uma inexperiente miúda cair a um desses blogues famosos, dá-se o caso de gostar do que por lá encontra, de se perder em leituras e prazeres mais ou menos demorados e lá se condena o intacto corpo.
Aumentaram as visitas - é isto que vos quero dizer.
Prometo que, quando souber blogar como esses vetustos bloggers (ó Malaca, como é que se aportuguesa esta?) que me deliciam, irei ter um blogue a sério, ah pois; por agora, e enquanto a escrita amadurece, será apenas o depósito dos instantes.
De qualquer forma, obrigada a todos os que têm mergulhado no mar desta (vossa) humilde fada.

Não sou galinha...

... mas acabei de comer uma espiga deliciosa!

Da minha praia

Ao meu telemóvel chegaram mensagens de amigos espalhados por esse país acalorado. Queixavam-se das altas temperaturas. Contentem-se com a minha sorte. Duas tentativas para ir à praia. Na matinal, ainda consegui tirar o vestido; na de final de tarde, tremi de frio.
E ainda não foi desta que me banhei no meu mar. Aqui para nós que ninguém nos ouve (sabem, é chato por causa daquela história da bandeira azul e tal, não iria cair bem): acho que o emissário submarino anda a fazer das suas; a água tem um tom amarelado e as ondas trazem, quase aos meus pés, uma espumalha tipo borra* de café pouco própria na preia-mar.
E não me venham com histórias de que é normal porque sou a fada de serviço e deste mar percebo eu! Conheço-lhe as correntes, tenho impregnado em mim o salitre e na boca a maresia de tantos beijos que lhe roubei.
* não é borra, é mais o creme que fica na chávena, bebido o café.

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Qual vaga de calor?!

Eu não sinto nada, juro.
Altas temperaturas; onda de calor; sempre a subir...
Alerta quê?!
(&#"!&»&//:?"$%)
Ah, bom, deve ser por não lhe saber a cor que não lhe sinto o calor; é que eu tenho dias em que sou daltónica. Por exemplo, este fundo que para vocês é rosa (e muito provavelmente vos aborrece imenso), hoje, para mim, é cinzentão.
E se querem saber entre a ria e o mar está um nevoeiro que molha e um frio que me eriça a penugem loira e me deixa mais furiosa do que o habitual.

Já chegou o carteiro!

E trouxe nova carta para a blogosfera! Não percam; é uma delícia! Valeu a pena a espera que, aos poucos, me foi consumindo.
Eis que chegou em pés de gato e alma de humano: o meu sol de hoje. Este sol que bateu e bateu e bateu e me fez ser gente de novo! A voz do silêncio das palavras no meu regaço. É que não há sol aqui nem azul intenso. Chove em mim.
Um beijo para o PJM!

A carta que não chega

Ai quem me dera* mandar no tempo.
Ai quem me dera adiantar o relógio da vida.
Ai quem me dera ser fada para mudar este fado.
Aqui já é 2ª feira, PJM! Mande lá essa carta, não me obrigue a ficar acordada a noite toda para o ler!

*Esse belo poema do Livro de Letras, de Vinicius.

Ai, quem me dera terminasse a espera
Retornasse o canto simples e sem fim
E ouvindo o canto se chorasse tanto
Que do mundo o pranto se estancasse enfim

Ai, quem me dera ver morrer a fera
Ver nascer o anjo, ver brotar a flor.
Ai, quem me dera uma manhã feliz.
Ai, quem me dera uma estação de amor

Ah, se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais

Ai, quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim

Ai, quem me dera ouvir o nunca-mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E, finda a espera, ouvir na Primavera
Alguém chamar por mim

sexta-feira, 7 de julho de 2006

E o que é que eu faço agora?

Estou de férias!
Isto de parecer que não tenho nada para fazer é muito estranho.
Sinto-me desconfortável neste fato.
E o qu' é qu' eu fa ço?
E O QU' É QU' EU FA ÇO?
Este era o disco que tocava nos ouvidos da minha professora primária (sim, professora primária, que eu não sou cá deste tempo de modernices do 1.º CEB. Já agora, primária com todo o peso da etimologia: a primeira!). A dona Inês, como nós, carinhosamente, lhe chamávamos, já sem saber o que me mandar fazer (eu era um bocadinho rápida - bons velhos tempos - afinal acho que há mesmo coisas que se perdem com a idade), desesperava com a minha insistência. Sem fazer nada mais do que dois minutos é que eu não podia estar. Era uma chata!
Estou de férias!
Vou ler todos estes livros que estão em lista de espera: os que já comecei, os que estou quase a terminar, os que sempre quis e os que nunca quis ler, os clássicos, as novidades.
- Ai não vais não!
- Não vou?!
- Não. Olha o que tens ali...
- Ah, é verdade, eu hoje comprei um livro. Até amanhã, até amanhã! Já tenho que fazer!

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Sorrisos que se trocam

É tão bom receber e dar um sorriso quando estamos no IPOFG!
Sorrisos com os lábios, com o brilho de um olhar, com o que se quer dizer mas não se diz, com um receoso até à próxima.
Obrigada a todos os que hoje sorriram para mim.
É incrível como tudo se torna mais fácil depois de um :-)
(Às vezes, também há lágrimas que se trocam mas que vão da mesma forma que vêm.)
Um dia serei capaz de aqui escrever sobre estes dias, sobre este sentimento de impotência que me toma, sobre a falta de coragem que se apodera de mim, sobre o desejo de tudo controlar, sobre o querer saber,... sobre o medo.
Parece que está para chegar uma droga nova; até lá, abençoada consulta de dor.

quarta-feira, 5 de julho de 2006

De futebol falando...

Apetece-me falar sobre futebol... escrever, perdão, da nossa selecção, dos melhores lances do jogo de hoje, dos provocadores e mergulhadores que afinal estavam do outro lado do campo, do diz-que-disse-e-contou-que-foi, dessa coisa do fair play e da falta dele, dos árbitros e da inventada falta de visão destes, dos negócios (sem prisão preventiva) da FIFA, do que se joga fora das quatro linhas, dos grandes e dos pequenos, do patinho feio, do cantar ou não cantar o hino, de um país inteirinho que se esquece das amarguras da vida, de uns deputados que interrompem trabalhos, de um que joga mas que não devia jogar e de outro que fica no banco mesmo no dia de aniversário, de um apelidado frangueiro que afinal virou herói e que abandona a baliza porque acredita (é do Sporting, "mainada"!), do jornalismo que se tem praticado, das perguntas sem sal, dos jogadores que já falam melhor em público, dos seus conhecimentos de história de Portugal, blá, blá, blá...
Mas já não me apetece falar de futebol.
E pensar que eu tinha uma posta para aqui deixar mas que, por causa da máquina que teimou e não aceitou, não chegou a instalar-se. Pensando bem, foi melhor assim; é que as ditas linhas tocavam a música do acreditar.
Era mais ou menos assim:
Eu acredito.
(Eu que já quase não acredito em nada nem em ninguém. )
Força Portugal! Acreditar que os sonhos podem acontecer,
que os pequenos podem ser grandes (nem que seja pelo futebol).
Lutar até ao fim com garra, com força, com energia, com confiança.
Eu acredito.

(Ainda bem que não escrevi nada disto; agora estaria a orar ao santo dos arrependidos.)

Novidades

No prolongamento do post ali de baixo...
"Til I find somebody new"

Era uma vez uma rapariga...
Não tem muito tempo, aconteceu-me tomar um delicioso café da manhã. A convite do E., foi aqui que o tomei.
Depois de devorar aquelas letrinhas mais rapidamente que os cereais, iniciei dura investida na ânsia de chegar a esse tal "especialista coraçãozeiro", a essa oficina onde fosse possível realizar não uma inspecção periódica mas uma revisão anual ao meu coração com direito a desentupimento dos (d)esgo(s)tos, afinamento de peças, polimento de arestas, em suma, limpeza de toda aquela merda que por lá se tem acomodado.
Sem serviço de páginas amarelas, encontrar esse todo poderoso não foi tarefa fácil mas na blogosfera há sempre quem dê um empurrão... e zás, entre uma linha e outra, lá estava eu na marquesa.
A história contada assim pode não ser entendida mas também a quem é que interessará? O que importa nesta desconversa toda é que eu bem que poderia ser a rapariga do entorpecimento.
Tal com anunciei à blogosfera ontem, o sótão está arejado.
Levei o meu coração à oficina; entreguei-o aos cuidados do especialista. Andei sem ele. No seu lugar um vazio que se estendeu por longas ausências, que se fez em mil letrinhas. Está reparado*. Fui buscá-lo ontem e sinto-me outra porque também ele me parece outro (espero que continue forte para aguentar o que para aí vem).
Não vou dizer que está como novo porque isso seria uma hipérbole ou qualquer outra figura de estilo em jeito de se armar em engraçadinha. Impossível; o especialista alertou-me para os danos irreparáveis.
Agora quero experimentá-lo. Quero apaixonar-me. Quero amar, amar...
Calma, nada de emoções muito fortes que o pobre pode não resistir (eu resisto sempre). E por falar nisso vou ver o jogo da nossa selecção. No intervalo, voltarei para retocar o texto que ficou muito deslavado. Ou talvez não. Afinal só eu me irei ler porque hoje o país está parado, porque hoje a blogosfera está parada, porque hoje é dia de mundial!
*gastei o meu subsídio de férias nesta reparação. Espero colher os resultados.

terça-feira, 4 de julho de 2006

No Glory

Acendi todas as velas. O quarto absorvido por essa luz, por esse aroma. Gosto de me sentir assim depois do banho. Escolho uma música; faço-a tocar uma, duas, três vezes… e mais. Sempre o mesmo som. Com a de hoje recordo um filme visto há algum tempo.

Damien Rice
The Blower's Daughter

And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...
And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...
Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?
I can't take my mind off of you
I can't take my mind...
My mind... my mind...
'Til I find somebody new
(sem exagero, ouço esta música ininterruptamente desde que aqui estou)

Gosto dos violinos. É ao som deles que vos anuncio que amanhã vos contarei uma novidade, já com o sótão arejado.
Agora vou ver uma das minhas séries preferidas.

Totobola 1x2

lá lá lá lá lálálá...
Ontem não vim aqui ao espaço dos instantes. Eu até por cá passei mas sem vontade de me ler ou de me escrever. Foi noite, às 23h 55m, de registar aquilo (o totobola ou euromilhões... sei lá que nome lhe dar). Entre tanto código e tiro no escuro chegou-me uma azia tal que quadriplicou o meu já habitual mau feitio.

Ainda recordo a primeira vez (sem candidaturas inteligentes para pessoas pouco inteligentes, que os tempos eram outros) em que preenchi o boletim com cruzes ou códigos ou códigos e cruzes que o efeito para o caso deve ser o mesmo: a sorte grande ou (quase sempre) a aproximação.
Foi na cidade dos doutores, juntinho ao Portugal dos Pequenitos.
Riram-se as funcionárias da secretaria com a minha pergunta.
- Por favor, têm por aí um mapa de Portugal que me possam emprestar?
- Um mapa?! Tem a certeza, dra.?!
- Sim, é só do que preciso neste momento.
- ???
- Por que razão se espantam?! A proximidade do mar não pode condicionar as minhas escolhas?
No mapa, risquei uma linha a verde (de esperança), assim numa espécie de fronteira entre o que fica perto e o que fica longe... do mar.
Pouco tempo mais tarde, percebi que, para quem está no início (eu sei que não posso dizer da carreira), esta história de manifestar as preferências é mais uma treta em todo o processo de colocação de professores.
E é por tudo isto que admiro os meus colegas que, ano após ano, vão conhecendo o país para aquém e para além da linha verde.
Boa sorte para todos!

domingo, 2 de julho de 2006

O que o futebol faz a uma mulher

- Vamos lá então!
- Para acompanhar os ditos quero uma bohemia.
- O quê?! Tu não gostas de cerveja.
- É verdade. Deixa lá, é para combinar com as riscas na cara, com as bandeiras tatuadas no corpo e com o cachecol em Julho... Futebolices.
- Finalmente! Não acredito que vieste comer (…)
- Ah pois! E olha que nem é mau de todo. Desde que não lhes veja os cornos.
- Da próxima vez ordeno que lhes sejam cortadas as hastes na cozinha.
- Excelente ideia!

Alguns (muitos) (…) mais tarde; (des)coberto o prazer ou talvez não.
- Isto é bom! Não foi fácil com o primeiro… esta coisa do paladar e tal. Manias do hábito, o hábito. Até já achei o jeito e nem preciso de o olhar de frente: aproximo o orifício dos lábios, sinto-lhe o sabor, detenho-me uns segundos, imóvel nesse (quase) prazer, e… isso, isso, é assim como se comesse esparguete como não se deve comer esparguete. Repara. Oh, este não quer sair. Está tímido. Envergonhei-o. É um (…) dos difíceis. Anda, não me deixes mal agora, que figura que eu estou a fazer, sai pá, mostra-te ao mundo, quer dizer, às minhas vísceras. Nada.
Voltei à técnica antiga (se é que há técnica naquilo). Estou certa de que foi vingança; não devia ter comido aqueles companheiros das corridas da infância. Alguém canta no sótão essa música de outros tempos.

Entretanto, na mesa ao lado, comiam-se as cascas (qual é mesmo o nome daquilo?) e tudo. Está bem, eu corrijo: comiam-se as casas e tudo. A sério!

Haverá outras formas de comemorar a passagem às meias finais da selecção portuguesa.
- Chega aí o pão para eu limpar o molho. A que é que isto sabe?