terça-feira, 2 de maio de 2006

Nadas que enchem vazios

Lembranças de uma conversa de instantes.

Sinto-me vazia; cheia destes nadas que me perseguem.
A minha vontade não tem rosto, nem olhos, nem gestos;
de nada vale;
tem o valor de um fantasma perdido no vazio dos nadas.
Sem amarras que me prendam. Com ou sem armadura.
Só porque hoje me sinto ainda mais gaivota.
Só porque hoje me sinto ainda mais como as ondas do mar.

Mas isso foi ontem (ou já seria hoje?).
Falava com o F. (ou falava comigo?)
É a minha voz; sou eu.
Há dúvidas que deverão permanecer dúvidas
(mas gostava que o F. completasse estes retalhos, que fizesse o laçarote).

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