terça-feira, 11 de julho de 2006

Da minha praia

Ao meu telemóvel chegaram mensagens de amigos espalhados por esse país acalorado. Queixavam-se das altas temperaturas. Contentem-se com a minha sorte. Duas tentativas para ir à praia. Na matinal, ainda consegui tirar o vestido; na de final de tarde, tremi de frio.
E ainda não foi desta que me banhei no meu mar. Aqui para nós que ninguém nos ouve (sabem, é chato por causa daquela história da bandeira azul e tal, não iria cair bem): acho que o emissário submarino anda a fazer das suas; a água tem um tom amarelado e as ondas trazem, quase aos meus pés, uma espumalha tipo borra* de café pouco própria na preia-mar.
E não me venham com histórias de que é normal porque sou a fada de serviço e deste mar percebo eu! Conheço-lhe as correntes, tenho impregnado em mim o salitre e na boca a maresia de tantos beijos que lhe roubei.
* não é borra, é mais o creme que fica na chávena, bebido o café.

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