quarta-feira, 14 de junho de 2006

Há greve colegas! À praia!

Entre uma olhadela, não vá o aluno do fundo copiar, e a leitura de um inédito* acabadinho de chegar, vou pensando... Concluo, então, que estou doente dos olhos.
E em que penso eu? Que é em dias assim que me envergonho de pertencer à classe. Fora eu um futebolista em fim de carreira, um deputado, um músico, um poeta, um marinheiro, um pescador, uma varina... (Masculino ou feminino tanto faz para o caso.) Mas não, logo tinha de ser um destes, apesar de não fazer greve entre feriados.
Não entendem, caros colegas, que assim perdemos a razão e as razões que temos?
Aproveitem e reponham as aulas no Algarve** pois é por lá que param os vossos alunos, arrastados pelos nossos avaliadores (esses tais encarregados de educação). Afinal que mal virá se uma criancinha faltar 3 dias à escola se a sua professora faltou um mês inteirinho?! Os nossos jornalistas sabem inclinar o microfone na direcção certa. É esta a escola que temos e que não queremos. Eu, pelo menos, não quero, obrigada!

*Obrigada PJM. Estou devorando aquelas letrinhas que você me enviou! (PB, né?)
Ontem foi mais um dia especial! Fico feliz quando conheço um escritor a sério... não desses que escrevem mas desses que se escrevem.
Vou à Navio de Espelhos. Até já.

**Castigo divino: vento forte, chuva e trovoada. Tomem!

2 comentários:

Anónimo disse...

Pois é amiga. O professor tornou-se o bode expiatório dos problemas da nação e, claro, que os jornalistas, principalmente os da RTP que são tão isentos no que toca às políticas governativas, ajudam a lançar mais umas achas para a fogueira. Eu fui trabalhar. Primeiro, tenho um compromisso com os meus alunos; segundo, o melhor protesto que posso fazer é mostrar à senhora ministra que ela não tem razão qdo diz que os professores não trabalham para o sucesso dos alunos; terceiro, sou uma mera contratada, não tenho que me bater por uma carreira na qual não me deixam entrar. Se for preciso, daqui a 3 anos as coisas já mudaram, porque desde que ando nisto, já vi as coisas mudarem muitas vezes.
Enfim... hoje ostentei no peito, como alguns colegas, um dístico que dizia: eu tenho orgulho em ser professora.

Fada do mar disse...

Eu também tenho orgulho, amiga, mas, às vezes,... o ruído à volta incomoda-me.
Primeiro: os alunos em primeiro, sempre!
Segundo: alguns professores trabalham pouco.
Terceiro: carreira?! O que é isso, amiga?