quinta-feira, 29 de junho de 2006
As pedrinhas que se atiram
Tudo corrido à pedrada! Mas... eu nem sou inspectora!
Quanto ao ambiente... eu cá separo o lixo.
Noites sem son(h)o
"Tens mãos de pétalas"- costumavas dizer.
"Sou rosa" - deixava escapar, com risinho maroto.
E sorrias e deixavas-te envolver pelo perfume doce dos espinhos.
Mas nunca soubeste poesia e perdi-te entre metáforas e hiperboles.
Não soubeste buscar(-me) a rima e cruzando-me, interpolada, fiquei só em verso solto.
Apetece-me tanto usar as letrinhas! Isto acontece sempre que tenho de escrever relatórios e despachar outras burocracias... e a madrugada avança com vozes de pedra.
terça-feira, 27 de junho de 2006
O vento no meu cantinho
Assim não consigo arejar o sótão.
domingo, 25 de junho de 2006
Ausência
Com atraso...
a gerência deste espaço pede para avisar que estará temporariamente (ou definitivamente) ausente por motivos de obras, arrumações e limpezas no sótão.
Um pedido de compreensão a todos aqueles que aqui mergulham.
terça-feira, 20 de junho de 2006
segunda-feira, 19 de junho de 2006
Presentes do dia
À segunda é dia de carta e eu hoje tive o privilégio de receber uma
carta privada
Minha querida,
o mais preocupante com a experiência,
com a experiência que se acumula com a passagem dos anos,
é que se torna cada vez mais difícil
ver o mundo com originalidade,
isto é, como na primeira vez.
É este o esforço que devemos a nós mesmos
para que a experiência não se torne a corda
com que nos enforcamos, a corda
com que enforcamos os nossos sonhos
e a capacidade de mudar.
Luto cada vez mais ferozmente,
dia a dia, linha a linha,
para derrotar a experiência,
esse lixo que se deposita em nossos corações
e, se não o limparmos regularmente,
corremos o risco de os deixar inabitáveis.
Um coração inabitável é um coração a menos;
um coração a menos é matemática.
Limpa o teu coração da experiência acumulada,
deixa que ele se torne de novo habitável
e possas então receber alguém com quem abrir
as janelas e sentarem-se juntos os dois
a ver aquele doce barco de que me falas
para lá e para cá, para lá e para cá,
a dançar no salão da ria.
Um beijo que te faça sorrir,
e sem que manche esse mau feitio,
PJM
Quem disse que eu tinha perdido a capacidade de ser surpreendida?!
Há sempre alguém que, não me conhecendo, conhece tanto de mim!
Obrigada, PJM!
sábado, 17 de junho de 2006
Flor o quê?!
Presentes atrasados
Do mar imenso
Banha os socalcos das tuas células
Como os socalcos da Terra
Que nas praias se ajoelha diante dele
Como que conversando com Deus
Ou consigo própria
Assim vais tua diante dele
Caminhando pelos teus pensamentos
Provocando-lhe calafrios
Lá bem nas profundezas do céu onde nasce
E todo ele tremendo
Vem em ondas ajoelhar-se perante ti
Beber força em ti
Oferecer em troca as suas ondas
Orações vibrantes
Que vibram desde lá
Onde o mar beija o horizonte
E acaricia a face do céu
Sou eu nele e ele sou eu.
*Não gostei do título, F.F.. Vou pensar noutro.
E se eu desse ao poema o nome que é meu?!
o de 5ª feira
"- Sabes... quando se está muito triste, muito triste, é bom ver o pôr do Sol..."
O Principezinho, de Saint-Exupéry (E que presente!)
Há dias em que me sinto com uma energia que se transforma em agitação, num querer fazer tudo e nada fazer. Sensação semelhante à pós-copos-de-vinho-tinto: tremuras nas extremidades e um não conseguir estar quieta. Se me conheço, sei que a melhor forma de ultrapassar a crise é esgotar toda a energia, pôr-me a mexer. Fiquei assim depois do jantar. (Calma, não houve vinho tinto; talvez efeito da ansiedade ou da tristeza.)
Dois quilómetros mais tarde estava junto ao mar e contemplava o pôr do sol. (Um dos mais belos dos últimos 27 anos!)
Tive-a assim só para mim beijada pelo azul da água e pelo cinzento do ar. Umas gotinhas atrevidas soltaram-se e, docemente, acariciaram-me a pele suada pelo esforço da caminhada. Aos poucos foram crescendo.
Absorvida no momento, anestesiada pelo cheiro da areia molhada, deixei-me ficar adormecida naquele instante.
Percebi que vou poder lavar o cabelo nos próximos tempos; as rastas resistiram à chuvada. E eu também.
quarta-feira, 14 de junho de 2006
O presente
Chove em mim. Arrefeceu, apesar da temperatura elevada. O frio da desilusão, da falta de respeito do ser humano, do vale tudo.
É assim o presente.
Há distância de uma chamada, a voz de um amigo (que inveja o mar):
-Não achas que estás a dar demasiado valor a isso?
-Eu sei que estou. Vou ficar bem. Amanhã, ao recordar o momento, irei sorrir. Prometo.
Neste presente o teu presente (logo a seguir ao do Chico):
Acariciando os meus pés na areia molhada,
os meus olhos caminham pela imensidão do mar,
à procura de águas calmas onde me sentar,
mas todo ele é revolta e saudade,
ciúme e tempestade.
Sentei-me aqui na areia
esperei que ele viesse até mim,
depois de acalmar, o mar.
Em esforço se impelia para mim
rebolando-se sobre si mesmo
mas algo mais forte o violentava
e, constrangido, recuava.
O meu olhar mudo
continuou a chamá-lo,
cerrei os meus olhos
como quem cerra os lábios para beber,
queria tragar toda a sua força,
saciar com ela a minha alma,
onde eu poderia mergulhar
e desvendar, quem sabe decifrar,
todos os segredos que confiaste ao mar.
Foi a promessa que ele te fez
que não o deixava vir até mim,
prometeu-te segredo eterno,
sacrificou a sua calma
para viver as tempestades por ti,
confiou-te a sua alma
para seres maior que ele!
F.F., 2005
Há greve colegas! À praia!
terça-feira, 13 de junho de 2006
Quase quase
Estou para ver se aquele informador dos pedaços de mim passa a página e muda o 7. Esse que teima em dizer que eu sou "gemini" e "horse" como se isso interessasse...
Hoje recebo o do Chico que aqui vos deixo:
Maninha
Se lembra da fogueira
Se lembra dos balões
Se lembra dos luares dos sertões
A roupa no varal
Feriado nacional
E as estrelas salpicadas nas canções
(...)
Se lembra da jaqueira
A fruta no capim
O sonho que você contou pra mim
(...)
Se lembra do jardim, ó maninha
Coberto de flor
(...)
Que a gente combinou
Eu era tão crinça e ainda sou
Querendo acreditar
Que o dia vai raiar ...
Chico Buarque, 1977
(quase, quase da minha idade)
Olhó manjerico!
(Bem, para já fiquei sem luz por causa da trovoada que decidiu fazer-nos uma visita! Abençoado portátil que, no meio desta escuridão que se apoderou do meu quarto, me permite espreitar o mundo e continuar a escrever... Não sei que mundo; não sei que letras.)
segunda-feira, 12 de junho de 2006
O regresso da águia
À bola de novo
Valia pela companhia, pelos jantares, pela green que se bebia fresquinha.
Valia pelo teu abraço mesmo depois da derrota.
Ontem descobri as vantagens de ficar no sofá. Posso adormecer na segunda parte. E adormeci.
(A)final era só um jogo entre países irmãos.
Aguardem o Portugal-Angola (na final).
Evocar aqui o Euro 2004 não me parece um bom prognóstico.
a voz: - Cala-te! Tu não percebes nada de futebol.
- Sim, mas a Grécia...
domingo, 11 de junho de 2006
Força Portugal!

- Queres uma cerveja?
Um pouco desencantada, também, com os meninos da bola... resta-me torcer. Força Portugal!
quinta-feira, 8 de junho de 2006
Parabéns!
Parabéns!
quarta-feira, 7 de junho de 2006
O desejo sentido
Estranho-me assim porque (ainda) te sinto quando não estás.
É o desejo a querer tornar-se brisa na tua ausência.
Demoras muito?
terça-feira, 6 de junho de 2006
Cuidado com a Besta!
Atenção à marca da Besta; atenção ao número da Besta.
Apocalipse 13, 16-18
"Fez com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, pusessem um sinal na mão direita ou na fronte para que ninguém pudesse comprar ou vender, se não fosse marcado com o nome da Besta ou com o número do seu nome. É aqui que é preciso sabedoria! Quem for dotado de inteligência calcule o número da Besta, porque é o número de um homem, e o seu número é: seiscentos e sessenta e seis."
Mas o6/o6/o6 não é 666, pois não?
"Hexakosioihexekontahexaphobia" (in WIKIPÉDIA) é o palavrão para o medo do número 666.
Se eu iria ter uma fobia que mal consigo pronunciar...
segunda-feira, 5 de junho de 2006
A pastilha da ministra
O presidente entre a ria e o mar
Hoje foi dia de festa. Uma sessão privada da reunião de câmara transferida para este lado do oceano?! Mas que luxo!
Temos bandeira azul! Temos bandeira azul! Ai não sabiam?! Estas visitas, as pinceladas aos arredores da praia, os buracos preenchidos com alcatrão, as daninhas arrancadas à pressa, o projecto "Mar com Letras"... Então?! Que esperavam?!
A bandeira veio, sim, mas o isolamento irá manter-se (o que não é mau) pois parece que o ferry é que já não vem este ano.
31 anos à espera de quê? E agora em 10 meses conseguiram o quê?
Ah bom, desculpem, é que não dei por nada a não ser pela podridão do casco. Quando aquilo começar a navegar... ai!
Fada
s. f., entidade fantástica dotada de poder sobrenatural; mulher notável pela beleza, encanto, bondade ou graça.
mãos de -: mãos habilidosas, que tudo fazem na perfeição.
(in PRIBERAM)
Fada Alexandrina: soaria bem mas diria muito de mim.
Fada do lar: eu?! Que enfio o cu da agulha pela carne dentro só para coser as alças de um top?! E até o CN cose e coze melhor do que eu.
Fada do mar: está-se mesmo a ver porquê...
Caro E.,
isso das ninfas e tal é lá para os rios. Isto aqui é uma ria sim senhor! E não há cá "Ávides" qual "Tágides" porque escasseiam os (bons) poetas.
domingo, 4 de junho de 2006
sábado, 3 de junho de 2006
Encomenda
sexta-feira, 2 de junho de 2006
Obrigada RFM!
Gostava de ter ido hoje; pelo Santana e pelo Roger Waters; ou talvez não; aquilo é muita gente e muita poeira no ar; estou bem aqui no aconchego do meu quarto.
Obrigada RFM!